24 DE DEZEMBRO DE 2015
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Aplausos do BE.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Nem as suas!
O Sr. Presidente: — Para responder a este primeiro bloco de questões, tem a palavra o Sr. Ministro das
Finanças.
O Sr. Ministro das Finanças: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Duarte Pacheco, as propostas que estavam
em cima da mesa eram, segundo o comunicado da administração do Banif, exatamente quatro. Dessas quatro
propostas, uma era não vinculativa e apenas duas cumpriam os critérios de venda que estavam estipulados.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Quais?
O Sr. Ministro das Finanças: — A do Banco Santander e a do Banco Popular.
A negociação foi conduzida pela autoridade de resolução e a proposta do Santander foi considerada a
melhor proposta entre as duas, melhor no sentido daqueles critérios que aqui já tínhamos estabelecido e que
tinham a ver com a salvaguarda da estabilidade do sistema financeiro e a proteção do dinheiro dos
contribuintes.
A decisão que aqui trazemos hoje é uma decisão difícil, difícil pelo resultado, pelo impacto financeiro e
pelas condições em que teve de ser tomada. Vender um banco, em contexto de resolução, em 24 horas, Sr.
Deputado, não é uma tarefa fácil. Não é uma tarefa fácil que o Fundo de Resolução, neste momento, esteja
com stress financeiro elevadíssimo, decorrente da forma como foi utilizado nos processos anteriores. Como
sabe, a legislação mudou, desde 2014 até hoje, e as condições de utilização do Fundo de Resolução são
muito distintas desde essa altura.
Sr. Deputado Miguel Tiago, felizmente vai haver uma comissão parlamentar de inquérito à gestão do «caso
Banif». Posso garantir-lhe que o Governo colaborará com essa comissão em tudo o que for solicitado, mas
neste momento temos de concentrar-nos nesta decisão.
O senhor sabe, porque foi ontem discutido na comissão parlamentar, que a solução da Caixa Geral de
Depósitos era a preferida deste Governo, mas no tempo que tivemos para a negociar não foi possível
implementá-la.
Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, em relação à referência que faz e, respondendo também à questão sobre
os postos de trabalho, devo dizer que 1000 trabalhadores transitam para a órbita do Santander, e, portanto,
ficarão no Santander, e que os restantes trabalhadores do Banif, à data da resolução, estão colocados no
veículo. Neste sentido, a manutenção dos postos de trabalho é garantida nesta transição.
A perda de valor do Banif começou há muito tempo e teve uma trajetória muito forte ao longo dos últimos
anos. A capitalização bolsista do Banif caiu 97%, desde o momento da injeção do capital pelo Estado até à
data da tomada de posse deste Governo.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos César.
O Sr. Carlos César (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças, estamos aqui para decidir sobre a
alteração ao Orçamento do Estado que o Governo é obrigado a fazer de modo a retificar a inação do Governo
anterior e a acomodar a operação sobre o Banif, alternativa à liquidação total do Banco e a outras soluções
que não teriam cobertura legal ou no quadro da União Europeia.
Vozes do PS: — Muito bem!