I SÉRIE — NÚMERO 25
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Como eu estava a dizer, vamos ter de enfrentar a oposição dos interesses que defendem o transporte
rodoviário como o meio essencial de transporte de passageiros e mercadorias e, certamente, também o PSD e
o CDS, que são partidos claramente ligados e dependentes da defesa desses interesses.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Permitam-me que comece com
uma nota prévia, para dizer ao Sr. Deputado Heitor Sousa que o único interesse que o CDS e esta bancada
defendem é o interesse público,…
Vozes do BE e do PCP: — Ah!…
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … é o interesse do País, contas equilibradas e que protejam os
contribuintes e os superiores interesses da nação.
O Sr. João Oliveira (PCP): — A Ferrostaal que o diga!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Portanto, não consigo perceber, embora V. Ex.ª não seja o autor do
projeto, o que, de facto, querem.
O Governo anterior fez um Plano Estratégico dos Transportes. E o Sr. Deputado sabe — esteve cá — que
o Partido Socialista, como sempre, nunca foi capaz, nunca teve a competência, nem a coragem, nem a
sabedoria para fazer um plano estratégico de transportes. Mas, se o tiverem, já agora, mostrem-no! Se o
tiverem, já agora, mostrem-no.
Por isso, perante a ausência de um plano estratégico de transportes, não há nada como criticar o anterior
ou o existente.
É evidente que o nosso Governo governou até ao último dia, e bem sei que temos um Governo apoiado
pelo Partido Comunista Português, pelo Bloco de Esquerda e por Os Verdes que, em quatro meses, tem
destruído.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Quatro meses?!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Construir, zero!
Protestos do Deputado de Os Verdes José Luís Ferreira.
Sobre esta matéria, o que o Governo anterior fez foi aquilo que fez num conjunto de outras linhas: um
estudo custo/benefício, apresentado no Plano Estratégico — e estamos aqui a falar de uma linha que custava
1,2 milhões e servia 28 000 pessoas — e, em muitas linhas, para muitas soluções, chamou a sociedade civil e
encontrou parceiros públicos e privados, de modo a garantir que o serviço continuasse a existir, servindo
exatamente as populações, como acontecia aqui, no caso de Portalegre, quer fosse a GNR, a Escola Prática
da GNR, o Instituto Politécnico. E para isso teve também o apoio e a colaboração das autarquias, que, pelos
vistos, perceberam melhor a necessidade de cooperação, a necessidade de garantir o serviço público, a
necessidade de serem parceiros fiáveis ao Governo, coisa que nunca vi no Partido Socialista, nem nos
partidos à esquerda. Até estava à espera de que este projeto de resolução fosse sobre a Linha do Tua, Sr.ª
Deputada Heloísa Apolónia — ainda fiquei à espera de que fosse —, …
Protestos do PCP e de Os Verdes.
… mas cá estarei para ver se esse projeto chega.