21 DE JANEIRO DE 2016
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Aplausos gerais.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados: As primeiras palavras de Os Verdes são para apresentar as mais sentidas condolências à família
de Almeida Santos e que, certamente, não me levará a mal se eu particularizar aqui a Sr.ª Deputada Maria
Antónia Almeida Santos. Julgo que será absolutamente compreensível.
Sr. Presidente e Sr.as
e Srs. Deputados, há pessoas que têm percursos que, em determinados segmentos
da vida, as tornam grandes. E, por isso, é muito difícil em curtas palavras falar sobre esses segmentos, esses
percursos, essas vidas e essas pessoas em concreto. Cabe nisto que estou a dizer, naturalmente, Almeida
Santos.
Gostava de realçar o seu papel na luta contra o regime fascista. Cada homem e cada mulher que teve esse
papel foi um construtor da democracia e da liberdade. Almeida Santos foi um construtor desses altíssimos
valores.
Conheci-o pessoalmente, aqui, na Assembleia da República, já como Presidente da Assembleia da
República, na Legislatura que teve início em 1995. Posso por isso, pessoalmente, testemunhar que foi um
Presidente da Assembleia da República que prestigiou este Parlamento. Se esse era o seu objetivo, como diz
o voto que o Sr. Presidente acabou de ler, foi plenamente cumprido. E prestigiou-o junto de outras instituições,
prestigiou-o para os Deputados da Assembleia da República e para todos aqueles que, não sendo Deputados,
formam, no dia a dia, este Parlamento e prestigiou-o também para os cidadãos, na sua relação com a
Assembleia da República e na relação que o Parlamento tem com os cidadãos. Não é questão de somenos
importância.
Queria também realçar uma viagem oficial que fizemos a Cabo Verde, constituída por um representante da
cada grupo parlamentar, acompanhando o Sr. Presidente da Assembleia da República da altura, porque foi aí,
em Cabo verde, que o ouvi interpretar o fado de Coimbra. E, Sr. Presidente, não fui a única a ficar
absolutamente deslumbrada. Foi seguramente por esse facto, relembro, na altura, o herói da noite e foi uma
longa noite a ouvi-lo interpretar, com o maior gosto, fado de Coimbra.
Depois de deixar de ser Presidente da Assembleia da República reencontrei-o ocasionalmente noutras
situações.
Sabe, Sr. Presidente, às vezes, aqui, no nosso trabalho na Assembleia da República, acabamos por ter,
muitas vezes, uma relação mais institucional, enquanto que, nestes reencontros posteriores, acabamos por
conhecer outras facetas das pessoas que, neste trabalho diário, não conhecemos em pormenor. E, nesses
reencontros, confirmei que Almeida Santos era um homem de profundíssimos afetos e, nas atitudes,
absolutamente afável. De cada vez que nos reencontrávamos essa manifestação de carinho, que ele sempre
tinha, era absolutamente reconfortante, vinda de quem vinha.
Almeida Santos deixou-nos muitos escritos, deixou-nos muitas memórias nesses escritos, que connosco
também decidiu partilhar, e também muitos outros escritos que, não sendo memórias, constituem desafios
para outras gerações, designadamente desafios de ordem ecológica e de pensamento sobre a globalização.
São desafios que devemos agarrar no nosso pensamento e na nossa ação.
Sr. Presidente, termino, dirigindo, novamente, o meu profundo pesar, em meu nome pessoal e no do Grupo
Parlamentar do Partido Ecologista «Os Verdes», à família de Almeida Santos e, naturalmente, também ao
Partido Socialista.
Aplausos gerais.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados,
Familiares do Dr. António de Almeida Santos: O Dr. António de Almeida Santos foi, é e continuará a ser na
nossa memória coletiva uma das mais distintas figuras da democracia portuguesa.