I SÉRIE — NÚMERO 31
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nosso entender, é falacioso, para não dizer pior, afirmar que os cortes a que essa crise obrigou foram cortes
cegos. É uma mentira que, tantas vezes, a demagogia de esquerda gosta de cavalgar na opinião pública.
Vozes do PSD: — Muito bem!
Protestos do PCP.
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Com efeito, os partidos de esquerda esquecem que dois terços
da despesa que foi reduzida no Serviço Nacional de Saúde foram na área da indústria farmacêutica, das
farmácias, dos grossistas, dos dispositivos, enquanto se registou, em paralelo, uma diminuição significativa,
em cerca de 30%, do preço do medicamento.
Os partidos de esquerda, com a sua demagogia, esquecem que as taxas moderadoras tiveram de ser
aumentadas, como aqui já foi referido, face à bancarrota em que encontrámos o País em 2011 — a mesma
bancarrota que foi aqui trazida pelo Partido Socialista —, mas que, apesar disso, essas mesmas taxas
moderadoras nunca chegaram, sequer, a 3% da despesa do SNS, tendo o anterior Governo, por sua vez,
também aumentado o número de isentos de taxas moderadoras para mais de 70%.
Mas esses cortes, designadamente, na Administração Pública e na função pública, que foram, aliás,
transversais, já estavam a ser removidos de uma forma gradual e, repito, também de uma forma segura.
Espero bem que o tempo não venha confirmar o contrário!
Sabemos, Sr.as
e Srs. Deputados, que para a extrema-esquerda as dívidas não são para pagar.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Aliás, para o PCP, como há dias referi na Comissão de Saúde, a
política do calote é a política a ser seguida pelo Estado português em dívidas de saúde.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Sabemos também que para o Partido Socialista, se calhar, as
dívidas até são para pagar, ou talvez para serem geridas, ou para pagarem assim um bocadinho…, um
poucochinho de cada vez!
Mas, Sr.as
e Srs. Deputados, para o PSD as dívidas são para pagar, porque tarde ou cedo, se não forem
pagas, terão de ser os utentes do SNS a terem de o fazer ou a confrontarem-se com um sistema nacional de
saúde perto da falência técnica. Aliás, Sr.as
e Srs. Deputados, estas iniciativas demonstram bem o modus
operandi da extrema-esquerda portuguesa.
Com efeito, pergunto, Sr.as
e Srs. Deputados, como pretendem o PCP e o Bloco de Esquerda ser levados a
sério quando propõem uma avaliação desta natureza, mas nunca, nunca, aceitariam uma avaliação feita por
uma entidade independente.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo. Peço-lhe que conclua.
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Sr. Presidente, para terminar, gostava só de dizer o seguinte:
não, Srs. Deputados do PCP e do Bloco de Esquerda, o PSD não poderá acompanhar uma iniciativa com
tamanha desfaçatez,…
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Que surpresa!
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — … que, aliás, mais não serve do que para fazer um teatrinho de
esquerda barato com a saúde dos portugueses, no nosso País.
Aplausos do PSD.