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I SÉRIE — NÚMERO 37

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O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Teresa

Caeiro.

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Presidente e Sr.as

e Srs. Deputados, o Grupo Parlamentar do CDS-

PP apresenta hoje nesta Câmara, a par com o Grupo Parlamentar do PSD, um projeto de resolução que

coloca a cooperação e a língua portuguesa no centro do debate político, nomeadamente recomendando ao

Governo o aprofundamento da cooperação institucional e operacional entre o Camões — Instituto da

Cooperação e da Língua e as entidades responsáveis pela implantação e manutenção do Museu da Língua

Portuguesa com vista à recuperação do Museu e da restituição do seu acervo tecnológico.

Como foi aqui dito pelo Sr. Deputado José Cesário, de facto, assistimos, com este incêndio, a uma perda

incontornável e muito lamentável de património, para além da perda de um ser humano, o que é

absolutamente inultrapassável.

Permitam-me que comece por referir que a língua portuguesa, falada por povos de vários países e

continentes, são mais de 250 milhões de falantes, sempre foi e será, para o CDS-PP, uma dimensão estrutural

essencial da nossa política externa.

A nossa língua é um riquíssimo e inigualável meio de construção e reforço da nossa identidade, da

valorização da nossa história, da divulgação da nossa cultura e da ampliação da nossa influência no mundo

globalizado.

Paralelamente a esta compreensão, e não podemos ignorá-lo, acresce que a língua portuguesa é hoje um

meio económico inelutável, de potenciação dos nossos recursos humanos e materiais.

Estas iniciativas surgem naturalmente pelo reconhecimento da importância da língua como um património

insubstituível e na sequência do incêndio trágico que deflagrou na Estação da Luz, em São Paulo, onde estava

instalado o famoso Museu da Língua Portuguesa, notícia a que assistimos com particular pesar e

consternação.

De facto, o Museu da Língua Portuguesa não era mais um museu, não era apenas um museu em São

Paulo, era um museu de todos os falantes de português no mundo.

Como é sabido, a fórmula virtuosa deste museu residia na sua interação aprofundada e criativa com os

vários públicos através de inesquecíveis exposições permanentes e temporárias, bem como de extraordinárias

experiências literárias. Nesse sentido, grande parte do valor patrimonial não foi, felizmente, afetado, na medida

em que poderá ser novamente reproduzido. Mas não deixa de ser uma perda muito importante para a língua

portuguesa, quer, em primeiro lugar, para os brasileiros, quer para os portugueses.

Sabemos que vivemos tempos difíceis, mas é nos tempos difíceis que têm de ser feitas escolhas. Por isso,

devemos unir esforços e aproveitar as dificuldades para ousar ver além do imediato. É chegada a hora de

Portugal, no quadro da cooperação, nomeadamente através do Instituto da Cooperação e da Língua, contribuir

para o desenvolvimento de um programa concertado com as entidades brasileiras, nomeadamente com a

Fundação Roberto Marinho e com os responsáveis pelo Museu da Língua Portuguesa, no sentido de

reconstituir este museu e apoiar a sua reconstrução e a restituição do acervo, dando vida, estética e

dinamismo à língua portuguesa.

De igual modo, acompanhamos, de uma forma muito empenhada, as declarações já feitas pelo Sr. Ministro

da Cultura, Dr. João Soares, que, no momento em que deflagrou o trágico incêndio, deplorou a vítima mortal e

disse que o Governo português está absolutamente disponível para ajudar na recuperação do Museu da

Língua Portuguesa.

Em declarações da altura, o Sr. Ministro da Cultura disse tratar-se de um acontecimento trágico,

absolutamente lamentável, naquele que era seguramente o mais importante museu da língua portuguesa no

mundo, com uma dinâmica assinalável.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada, tem de terminar, por favor.

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Vou concluir, Sr. Presidente.

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