12 DE FEVEREIRO DE 2016
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Aplausos do PS.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Bem lembrado!
O Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas: — … e sabendo, aliás, na altura, esse Governo
que a maioria parlamentar eleita era contrária à concretização desse negócio.
O atual Governo sempre entendeu que o processo, tal como tinha sido conduzido, não se encontrava
encerrado, mas sobretudo comportava fortes riscos para o interesse público. A TAP era, naquele momento,
uma empresa maioritariamente privada e, se nada fosse feito, viria certamente a ser totalmente privada dois
anos depois. O Estado estava fora de todas as decisões de gestão fundamentais para o futuro da empresa e
para o interesse público e, pior, se a situação da empresa se agravasse, estaria obrigado a recebê-la de volta,
descapitalizada, em incumprimento das suas obrigações, com consequências impossíveis de medir, mas
sobretudo de controlar, uma vez que assistiríamos a tudo à distância, sem poder de intervenção que não
passasse por penosos litígios judiciais.
O Governo tomou, assim, a iniciativa de convidar os acionistas privados a iniciar conversações, tendo em
vista a recomposição do capital social da TAP.
As negociações decorreram num espírito de boa-fé negocial e de boa vontade entre as partes, tendo sido
possível, em pouco mais de dois meses, realizar aquilo que outros diziam ser impossível.
Com efeito, no passado sábado, o Governo assinou um memorando de entendimento com os acionistas
privados, que permite ao Estado a defesa dos interesses estratégicos nacionais na TAP.
Com este acordo, o Estado passará a deter 50% do capital, os acionistas privados ficarão com 45% desse
capital e os trabalhadores poderão subscrever até 5%. As ações que os trabalhadores não adquirirem serão
compradas por esse acionista privado. Mas, repito, o Estado será o maior acionista, com 50% do capital.
Teremos uma representação paritária no conselho de administração, mas nenhuma decisão estratégica
para a empresa será tomada sem o acordo das partes. Dito de outro modo, recuperamos, Sr.as
e Srs.
Deputados, o que sempre pretendemos: nenhuma decisão relevante para o futuro da empresa será tomada
sem o acordo do Estado.
Aplausos do PS.
Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, com o acordo assinado, o Governo conseguiu assegurar o mais
importante: uma presença efetiva no futuro da empresa e a defesa do interesse nacional.
O Estado continuará a ter um papel decisivo na definição do plano estratégico da companhia, garantindo a
manutenção e desenvolvimento do hub, a ligação à lusofonia, a continuidade da marca TAP e a sua
associação a Portugal.
O conselho de administração será o garante da execução do plano estratégico, cabendo-lhe a decisão
sobre matérias importantes, que não sejam de gestão corrente da empresa.
Mas a TAP continuará a ter uma gestão executiva privada, guiada certamente por critérios de racionalidade
económica, como, aliás, tem de acontecer num mercado tão concorrencial como é o do transporte aéreo.
A gestão do dia a dia da companhia será responsabilidade da comissão executiva, embora vinculada ao
plano estratégico validado pelo Governo e que será acompanhado pelo conselho de administração.
O acordo alcançado permitiu preservar a presença de um acionista privado de referência, com capacidade
de capitalização e fundamental para a sobrevivência da TAP.
Tratando-se de um mercado liberalizado, o Estado estava impedido de capitalizar a empresa. Precisava,
portanto, de um acionista privado que injetasse capital na empresa, viabilizando-a e potenciando o seu
desenvolvimento.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não apoiado!