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I SÉRIE — NÚMERO 39

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tempo do Professor Teixeira dos Santos ainda o Orçamento estava a ser aprovado nesta Câmara e já estava a

aprovar Orçamentos retificativos. E também não devemos esquecer o célebre episódio da pen que foi

entregue vazia nesta Assembleia, porque os senhores nem Orçamento tinham para apresentar!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr. Primeiro-Ministro, é preciso que nos entendamos. Há duas maneiras de governar: há uma maneira de

governar responsável, que pensa no futuro do País e, essa, sim, pensa no futuro das famílias e das empresas,

e há aquela que cede às tentações porque se quer ser poder a todo o custo e porque se quer ser simpático a

todo o custo. E essa diferença é clara: é a diferença entre fazer aquilo que tem de ser feito ou fazer aquilo que

mais parece um manifesto eleitoral, preocupado, não se sabe quando, em realizar eleições em circunstâncias

que sejam favoráveis a si e à «gerigonça» que o apoia.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Pereira.

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr. Primeiro-Ministro, os últimos

tempos de governação do Dr. Passos Coelho fazem lembrar aquela novela do século XIX que se chamava O

estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Wyde. Uma narrativa com elementos de ficção científica, mas também de

terror, que avaliava, sobretudo, o fenómeno das múltiplas personalidades.

Na prática, Sr. Primeiro-Ministro, era assim: o Dr. Passos, na pele de Mr. Hyde, em Bruxelas, era servilista

e demoníaco com os portugueses e dizia que os cortes dos salários e também a sobretaxa de IRS eram

estruturais e definitivos.

Quando o Dr. Passos Coelho se metia no avião e chegava a Portugal, a sua tarefa era basicamente, pelas

mãos do Dr. Jekyll, tentar controlar as aparições do Mr. Hyde, em Bruxelas. E controlar essas aparições do Mr.

Hyde, em Bruxelas, era basicamente dizer: atenção, isso é absolutamente mentira, é tudo temporário, os

cortes de salários são temporários e a sobretaxa também.

Ora, isto tudo só acalmou quando o Sr. Ministro das Finanças percebeu estes truques, quando o Sr.

Ministro das Finanças, em Bruxelas, destapou a careca do Governo da direita.

Mas o problema, Sr. Primeiro-Ministro, é que há por aí muitos Jekyll e muitos Hyde.

A questão que se coloca é a seguinte: qual o caminho, Sr. Primeiro-Ministro? Qual o caminho que devemos

seguir para evitar que este ruído antipatriótico da direita portuguesa prejudique os resultados que esperamos

que venham do Orçamento do Estado para 2016?

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Costa.

O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr. Primeiro-Ministro,

assistimos a um debate em que a direita surge autenticamente debaixo das saias da burocracia europeia:

apresenta, como fez até agora ao longo do debate orçamental, as queixinhas em Bruxelas e, no Parlamento,

intervenção após intervenção vem escondendo o Programa que tinha submetido em Bruxelas relativo aos

anos de 2015 a 2019.

Dizem que este Orçamento do Estado é mau, que não é amigo das famílias. Então, vejamos as contas que

o PSD e o CDS deixaram, em Bruxelas: mais 800 milhões em impostos do que o Orçamento que agora

estamos a debater; menos 680 milhões de euros para as pensões, entre os cortes e o congelamento; o salário

mínimo congelado; as prestações sociais com menos 135 milhões de euros; as taxas moderadoras custariam

aos utentes do Serviço Nacional de Saúde mais 40 milhões de euros; o Orçamento da direita mantinha a

proteção do IMI para os fundos de investimento e, no fim das contas, retirava às famílias 2000 milhões de

euros.

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