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23 DE FEVEREIRO DE 2016

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Não fazem propostas porque não teriam mais nada para apresentar do que aquilo que já apresentaram ao

País: aumento de impostos, cortes nos salários, sobretaxa do IRS e asfixia dos serviços públicos.

Aplausos do BE e do PS.

Escondem as propostas por eleitoralismo, por puro eleitoralismo, pois cairia, muito rapidamente, a máscara

a Pedro Passos Coelho. O PSD quer esconder o que defende e o que aplicou quando era Governo.

Queremos saber se ficam calados, então, por eleitoralismo ou por má consciência, por estarem

arrependidos do slogan «austeridade sempre».

A tática parece que é, afinal, esconder a convicção. A tática parece que é, afinal, por eleitoralismo,

esconder que aplicaram austeridade ao País por convicção, não porque não tivessem alternativa.

Mas a verdadeira pérola das declarações de Pedro Passos Coelho é a afirmação de que este Governo é

pirómano. Sr.ª Deputada, quem tem incendiado o País é o sistema financeiro, e nessa fogueira o Governo da

direita atirou não gasóleo, mas queimou muitos milhões de euros de dinheiro público, de dinheiro dos

trabalhadores e dos pensionistas deste País. E fê-lo com o patrocínio do Governador do Banco de Portugal,

que nem para vigilante das florestas chega quanto mais para bombeiro deste incêndio dos mercados

financeiros.

No BANIF, PSD e CDS meteram dinheiro público, mas nunca o protegeram. No BES fizeram a despesa,

pagaram a fatura e mentiram aos portugueses. Disseram aos contribuintes que não pagariam nada, que quem

pagaria era o Fundo de Resolução. Para os olhos de quem é que estavam a tentar atirar areia? Quem é que

estavam a tentar enganar? O Fundo de Resolução é público e quem lá pôs dinheiro foi o Estado, porque,

quando chegou a hora de pagar, os bancos viraram costas e puseram-se de fora.

Aplausos do BE.

São 2900 milhões de euros que os contribuintes lá puseram! E desafio a Sr.ª Deputada a garantir aqui, com

a seriedade que o Governo nunca teve nesta matéria, se os bancos alguma vez irão pagar um décimo sequer

do que os contribuintes lhes emprestaram.

Portanto, se é eleitoralismo, não vale a pena, porque todos sabemos que aquele plano b, com o qual estão

preocupados, é, na verdade, o vosso plano a. Mas se é por má consciência, se é por arrependimento,

pergunto à Sr.ª Deputada se considera começar a pedir desculpas aos portugueses e às portuguesas.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Ana Catarina Mendes.

A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs.

Deputados, Sr.ª Deputada Teresa Leal Coelho, creio que o Partido Social Democrata está neste debate não

apenas com alguns problemas de amnésia sobre os últimos quatro anos, mas com uma enorme contradição

entre o que cada um dos intervenientes neste debate já disse. Tão depressa diz que nós aumentamos a

austeridade, como tão depressa também diz que somos irresponsáveis e não vamos conseguir cumprir as

metas.

Mas, Sr.ª Deputada, nada disto seria estranho se o Dr. Passos, há quatro anos, não quisesse tanto ir além

da troica e se o Dr. Coelho, hoje, estivesse tão agastado e tão desiludido com a austeridade.

Aplausos do PS.

É que este Orçamento, então, deveria mesmo agradar ao Dr. Coelho, porque este Orçamento, sim, diminui

a austeridade e este Orçamento, sim, repõe os rendimentos das pessoas de que os senhores privaram

durante quatro anos.

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