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24 DE FEVEREIRO DE 2016

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O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — É este o Primeiro-Ministro que temos! A sua única aposta é o

poder. A sua grande coerência é ceder para almejar o poder. A sua profunda convicção é recuar para não

perder o poder.

Para este Primeiro-Ministro o que se impõe é a máxima do «vale tudo», incluindo trocar convicções por

conveniências, desde que consiga chegar ao poder e manter-se no poder.

Aplausos do PSD e da Deputada do CDS-PP Teresa Caeiro.

Os seus acólitos e apoiantes chamam a isto habilidade e talento; a maioria dos portugueses, ao contrário,

acha que um político assim é um político não fiável, sem princípios e sem convicções.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — No presente este é um Orçamento que ninguém assume.

Transformado numa manta de retalhos, este é o Orçamento que não agrada a ninguém e que ninguém, por

isso mesmo, tem a coragem de assumir a paternidade.

António Costa, vergado aos seus ziguezagues, foi o primeiro a afirmar que este Orçamento estava melhor

antes de ir a Bruxelas.

Mário Centeno, especialista em subscrever hoje o contrário do que defendia no passado, apressou-se logo

a dizer que o cenário fiscal do Orçamento não era, afinal, o que ele queria e ambicionava.

Os partidos de esquerda que apoiam o Governo já vieram declarar que não gostam do Orçamento, mas

vão ter de o aprovar mesmo a contragosto, numa cambalhota política que leva o PCP e o Bloco de Esquerda a

terem de subscrever hoje o aumento de impostos com que sempre, no passado, afirmaram não pactuar.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — A Comissão Europeia, essa, deixou passar o Orçamento, avisando,

desde logo, que eram precisas medidas adicionais para suprir as lacunas do texto orçamental.

O Governo comprometeu-se logo com o plano b que Bruxelas exigiu. Ou seja, o Governo gostava mais da

primeira versão do Orçamento, tolera a segunda, mas não desdenha ter, daqui a meses, uma terceira, mesmo

que todas sejam contraditórias umas das outras.

O importante para o Governo não é que o Orçamento tenha paternidade, sustentabilidade e coerência, o

decisivo mesmo é que tudo sirva para se perpetuar no poder pelo maior número de meses possível.

Este não é o Orçamento de que o Estado precisa! Este é o Orçamento que o PS, o PCP e o Bloco de

Esquerda aprovam para satisfazerem as suas clientelas, as suas ambições e o seu desejo de ocuparem o

poder a qualquer preço.

Aplausos do PSD.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Está a falar do PSD e do CDS!

O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Com este passado e este presente não é difícil perspetivar o futuro

que nos espera.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Os senhores são bons nisso!

O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — A economia sofre, porque lhe falta confiança. Se ninguém acredita

no Orçamento e poucos confiam na solidez do Governo, não há confiança para investir e empreender. As

empresas estão descontentes e desconfiadas; descontentes com os impostos, que foram aumentados; e

desconfiadas de novos aumentos de impostos no futuro, sejam o imposto sucessório, o IRC, ou qualquer outro

imposto que esteja a ser preparado. O investimento estrangeiro definha, tal o ambiente de descredibilização

que as decisões governativas vão espalhando pelo exterior.

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