I SÉRIE — NÚMERO 44
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O Sr. Presidente: — Sr.as
e Srs. Deputados, Sr.as
e Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Funcionários,
Sr.as
e Srs. Jornalistas, vamos dar início à reunião plenária.
Eram 10 horas e 5 minutos.
A ordem de trabalhos de hoje contempla três pontos: a discussão das normas avocadas, a respetiva
votação e a continuação do debate, na especialidade, da proposta de lei n.º 12/XIII (1.ª) — Aprova o
Orçamento do Estado para 2016.
Srs. Deputados, foram avocadas pelo Plenário, para discussão e votação na especialidade, as seguintes
propostas: 159-C, apresentada por Os Verdes, de eliminação do artigo 92.º da proposta de lei; 54-C,
apresentada pelo BE, de alteração da alínea a) do n.º 1 do artigo 51.º do Código do ISV; 87-C, apresentada
pelo BE, de alteração dos n.os
1 e 2 do artigo 92.º da proposta de lei; 89-C, apresentada pelo BE, de
aditamento de um artigo 113.º-A — Contribuições dos trabalhadores independentes; 36-C, apresentada pelo
PCP, de aditamento de um artigo 113.º-A — Suspensão do regime de atualização do valor das propinas; 38-C,
apresentada pelo PCP, de alteração do artigo 106.º da proposta de lei; 128-C, apresentada pelo CDS-PP, na
parte em que altera os n.os
3 e 4 do artigo 68.º-A e os n.os
1, 2 e 5 do artigo 69.º do Código do IRS, constantes
do artigo 114.º da proposta de lei; 131-C, apresentada pelo CDS-PP, de alteração dos n.os
1 e 2 do artigo 87.º
do Código do IRC, constantes do artigo 117.º da proposta de lei; 145-C, apresentada pelo CDS-PP, de
aditamento de um artigo 140.º-A — Eliminação do aumento do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos; 9-C,
apresentada pelo PAN, de alteração do artigo 126.º da proposta de lei; e 5-C, apresentada pelo PAN, na parte
em que altera o artigo 114.º da proposta de lei.
Estão em discussão conjunta as propostas de alteração.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Sobre a
gratuitidade do ensino e a importância de cumprir esse comando constitucional, importa ainda valorizar a
aprovação, por parte da Assembleia da República, ontem mesmo, de uma proposta do PCP sobre a
gratuitidade dos manuais escolares e o progressivo alargamento dessa gratuitidade a toda a escolaridade
obrigatória de forma faseada, começando, desde já, pelo 1.º ano do 1.º ciclo.
A diferença entre aprovar ou não as propostas do PCP também é esta: há muito tempo que as famílias, por
esta altura, já estavam a fazer contas para saber se tinham dinheiro para comprar os livros para os miúdos
entrarem na escola a tempo e, hoje, sabemos que nesta Assembleia da República foi aprovada, por proposta
do PCP, a gratuitidade dos manuais escolares para o 1.º ano.
Fazendo a ponte para o ensino superior, o PCP apresentou também, a propósito dos custos do ensino e da
sua gratuitidade, uma proposta, em sede de especialidade do Orçamento do Estado, para o congelamento
total do valor das propinas.
É certo que o PCP é contra a própria existência da propina, entendemos que é fundamental eliminar esse
pagamento pelas famílias e pelos estudantes para garantir a democraticidade e a gratuitidade do ensino, mas,
tendo em conta o contexto e a proposta apresentada, seria determinante e faria toda a diferença para os
estudantes e para as suas famílias que a propina não aumentasse no próximo ano letivo.
Entendeu, contudo, a Comissão aprovar apenas parcialmente a proposta do PCP, congelando a
atualização dos limites inferior e superior do valor da propina.
O PCP entende que é absolutamente fundamental dar um sinal aos estudantes do ensino superior fazendo
com que as instituições fiquem inibidas de poder aumentar o valor das propinas, castigando aqueles que são,
precisamente, os que devem usufruir deste direito que deveria ser gratuito.
Da parte do PCP, deixamos novamente este desafio, este alerta, para um dia em que os estudantes se
manifestem precisamente pela gratuitidade do ensino superior e por um conjunto de outras reivindicações. É
absolutamente fundamental ir mais longe e aprovar também o congelamento das propinas em todos os seus
valores, independentemente de estarem ou não fixadas no limite mínimo ou no limite máximo.
São estas as diferenças que a aprovação das propostas do PCP fazem, ou que podem fazer, e é
fundamental ir mais longe. Quantas mais propostas pudermos aprovar neste sentido melhor poderá ser a vida
dos portugueses.