I SÉRIE — NÚMERO 47
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Há que encontrar as respostas que possam conciliar o crescimento da competitividade externa com o
objetivo do trabalho digno, tal não só é possível, como é necessário. Trata-se de inverter uma tendência que
tem já décadas de afirmação no nosso País, não podemos, pois, esperar que essa transformação ocorra do
dia para a noite, mas, até por essa razão, importa colocar esta questão num lugar de destaque das prioridades
do País. Esse é o nosso compromisso, essa é uma exigência nacional, esta é uma batalha que temos de
ganhar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sr. Ministro, inscreveram-se para pedir esclarecimentos oito Srs. Deputados.
Como é que pretende responder, Sr. Ministro?
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Se for possível, quatro a quatro, Sr.
Presidente.
O Sr. Presidente: — Sendo assim, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Barros.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro do Trabalho e da Segurança Social, começo por
dizer que o PSD apresenta-se, neste debate, com provas dadas e afirmando convictamente que defende
sempre mais emprego e melhor emprego.
Sempre que, em sede de especialidade, no debate do Orçamento do Estado se abanava a bandeira da
precariedade, o Governo nunca corou por nada ter para dizer e ia assobiando para o ar, anunciando uma
espécie de estratégia plurianual de combate à precariedade.
Mas, Sr.as e Srs. Deputados, desenganemo-nos porque o Governo não concretiza essa estratégia porque
não a tem.
Vozes do PSD: — Exatamente!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — O Governo não tem qualquer estratégia, como tivemos oportunidade de
ouvir agora o Sr. Ministro, de combate à precariedade laboral.
Vozes do PSD: — Exatamente!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Aliás, queira, Sr. Ministro, dizer ao País como vai este Governo do Partido
Socialista criar uma estratégia virada para a estabilidade e para a qualidade do emprego e das relações
laborais se este Governo se apresenta de costas voltadas para a criação de emprego e para as medidas
ativas de emprego, como também teve oportunidade de referir na sua intervenção.
Vozes do PSD: — Bem lembrado!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Pergunto-lhe se este Governo se apresenta de costas voltadas para os
trabalhadores e para as empresas. Isto porque, só se melhora emprego se houver emprego.
Vejamos, por exemplo, os contratos emprego-inserção, que V. Ex.ª também referiu. Os senhores arrasam
esta medida, por completo, e são incapazes de reconhecer a felicidade e a alegria daquela mulher que estava
em situação de desemprego e de isolamento social há mais de um ano…
Protestos do BE.
… e que, enquanto recebia o subsídio de desemprego, resolveu aceitar integrar um contrato emprego-
inserção durante um ano na IPSS ao pé de sua casa.
Protestos do BE e do PCP.