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30 DE ABRIL DE 2016

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o sistema não consegue relançar a economia e o que se avizinha é uma nova crise financeira causada pela

política monetária supostamente para ajudar os bancos que não sobrevivem sozinhos.

O segundo problema prático é o de que a banca só sobrevive, hoje, com subsidiação pública. Acho tão

estranho que um liberal aceite que a banca só possa sobreviver com subsidiação pública. Mas é isso que

acontece: subsídios do Estado ao funcionamento da banca.

O terceiro problema é que, mesmo com subsidiação, os capitalistas portugueses estão tão falidos que a

nossa única opção é entregar a nossa banca aos estrangeiros, com subsídios públicos pagos pelos contribuintes

portugueses.

O Sr. JorgeDuarteCosta (BE): — Muito bem!

A Sr.ª MarianaMortágua (BE): — Srs. Deputados, a não ser que defendamos que a solução do BANIF é

uma boa solução para o País — e eu desafio alguém a vir aqui dizer que a solução do BANIF é uma boa solução

para o País —, a não ser que estejamos dispostos a ser o quintal da Comissão Europeia, o quintal do Banco

Central Europeu, que acham que podem aqui chegar e mandar e desmandar sobre o nosso sistema financeiro,

tendo em conta os interesses do Santander e da concentração de capital no centro da Europa, a solução perante

os problemas práticos que temos é, sim, a da propriedade pública. E o que não podemos aceitar é que um

preconceito ideológico contra a propriedade pública possa prejudicar o melhor interesse do País. Esse é o pior:

é quando o preconceito nos tolda a visão para ver as respostas que estão à nossa frente.

Aplausos do BE.

É óbvio que a propriedade pública é uma condição necessária, mas não é uma condição suficiente. Não

queremos um banco público que mimetize a banca privada, queremos um banco público que possa cumprir

objetivos, que possa ter princípios de desenvolvimento de acordo com objetivos e prioridades que são política e

democraticamente debatidas.

Uma coisa sabemos: a única forma de isto acontecer é se a banca for pública. E por isso nos debatemos por

um modelo que achamos que resolve os problemas da banca e que é o melhor para o desenvolvimento do País.

Desafiamos alguém a vir aqui apresentar, hoje, um modelo melhor que este e que não aconteça o que

aconteceu ao BANIF.

Aplausos do BE.

A Sr. Presidente (Teresa Caeiro): — Embora a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua já não disponha de tempo

para responder, tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Cristóvão Norte.

O Sr. CristóvãoNorte (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, fez um conjunto de

proclamações a respeito do Dr. Ricardo Salgado. Quero relembrar, nesta ocasião, quem foi o primeiro Primeiro-

Ministro a dizer que «não» ao Dr. Ricardo Salgado, nesse tempo em que era preciso coragem, determinação e

empenho para dizer que «não» ao Dr. Ricardo Salgado. Nessa altura, não ouvimos o eco da Deputada Mariana

Mortágua a juntar-se às bancadas da maioria de então e a secundar essa posição, essencial para repor muitas

das injustiças que foram feitas.

Aplausos do PSD.

Esse homem que disse «não» ao Dr. Ricardo Salgado foi o Dr. Pedro Passos Coelho.

Talvez o entusiasmo da Sr.ª Deputada, quando trata estas matérias, tivesse sido, na altura, bem canalizado

para demonstrarmos aos portugueses que o que estávamos a fazer era um imperativo de justiça e de

imparcialidade e que estávamos a lidar com os problemas essenciais da banca.

Mas este debate está, de certa forma, inquinado por olharmos pela fechadura da porta. Olhamos muitas

vezes sem ver a sala, e isso tira-nos a lucidez, porque não olhamos para as questões estruturais e tratamos das

questões meramente conjunturais.

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