O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 64

38

E até poderíamos ter escolhido fazer esta discussão criticando a atual maioria parlamentar das esquerdas,

que acabou com uma medida muito importante para estimular a natalidade, que é a do coeficiente familiar, isto

é, proteger os portugueses, as famílias que têm filhos e as que têm mais filhos.

Protestos do PS.

Poderíamos ter feito o debate dessa forma, mas escolhemos não o fazer, porque este debate é sobre

demografia, não é sobre demagogia, como, pelos vistos, o Partido Socialista, quis fazer.

Aplausos do CDS-PP.

Este debate é sobre a demografia, é sobre a natalidade, é sobre um crescimento económico sustentado, é

sobre a coesão social, é sobre a sustentabilidade dos nossos sistemas sociais — segurança social, saúde,

educação —, é até sobre uma ideia efetiva de nação e de soberania, porque todos estes temas cruzam-se, de

facto, com a dificílima situação demográfica que Portugal está a viver e, infelizmente, não é um tema que tenha

surgido nos últimos anos.

O CDS escolheu, no primeiro agendamento potestativo que fez após o seu Congresso, trazer um pacote de

medidas em concreto, a saber, sobre a conciliação da vida familiar e da vida profissional, sobre a fiscalidade,

sobre a responsabilidade social das empresas, sobre os apoios sociais, sobre a educação, sobre a saúde, sobre

a família. Esta é a nossa prioridade.

As prioridades de hoje podem ser a de mudar o nome do Cartão de Cidadão para Carta da Cidadã,

respeitamos. Não são as nossas prioridades. A nossa prioridade é, efetivamente, a de ter a capacidade de, de

forma global, de forma estrutural, com um conjunto de medidas em várias áreas e em vários sectores, tentar

responder a este desafio, que não é só português. Hoje, infelizmente, muitos países da União Europeia têm

exatamente o mesmo desafio.

É por isso que não é sério dizer que a grande responsabilidade sobre a quebra demográfica em Portugal é

da crise. Claro que a crise — já agora, a crise em que o Partido Socialista nos colocou — foi uma das grandes

dificuldades, um dos grandes motores para que a natalidade tenha caído em Portugal. Mas, se fosse só a crise,

a Alemanha, a França ou a Itália não tinham problemas como nós temos em parte, porque estes problemas são,

desse ponto de vista, infelizmente, muito estruturais na União Europeia. A única forma de tentarmos reagir a isto

é com iniciativas globais, é com iniciativas que toquem várias áreas e vários sectores.

Protestos do PS e do BE.

Percebemos hoje, aqui, que para o Partido Socialista fazer uma discussão séria sobre esta matéria não vale

a pena. Para o Partido Socialista não vale a pena citar os estudos mais recentes que saíram. Ainda nesta

semana, um estudo muito interessante da Fundação Francisco Manuel dos Santos dizia que os portugueses

querem ter mais filhos e esperam, em média, vir a ter dois e o que os resultados do estudo dizem que é

exatamente agora. Esta é a oportunidade única que temos de tentar, com um conjunto de medidas concretas,

estimular e dar as condições às famílias, em Portugal, para terem o número de filhos que desejam.

Mas já percebemos que para o Partido Socialista a única solução é apostar no consumo interno, a única

solução para todos os problemas de Portugal e do mundo é apostar no consumo interno.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Vamos ver como é que o Partido Socialista, que diz sempre que não quer falar do passado — mas vimos

aqui que só sabe debater falando do passado — e que está constantemente a apelar aos consensos, hoje vai

aqui, com o seu voto, promover os consensos.

Pela nossa parte, não abdicamos das nossas prioridades. Pela nossa parte, não abdicamos de estar ao lado

de quem, efetivamente, precisa: as famílias portuguesas.

Páginas Relacionadas
Página 0042:
I SÉRIE — NÚMERO 64 42 Protestos do CDS-PP. Srs.
Pág.Página 42