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I SÉRIE — NÚMERO 80

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O Sr. Presidente: — Peço aos Srs. Deputados para não fazerem tantos apartes ao mesmo tempo porque a

confusão é de tal maneira grande que depois não sai aparte nenhum.

Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Heitor Sousa.

O Sr. Heitor Sousa (BE): — Sr. Presidente, queria começar por interpelar o Sr. Deputado Luís Campos

Ferreira perguntando-lhe se ouviu a intervenção do seu colega António Costa Silva quando falou de uma espécie

de verdade axiomática, tendo referido mentiras que são de três tipos: umas pequenas, outras grandes e outras

as estatísticas. É que creio que o Sr. Deputado não ouviu a última parte da intervenção do seu colega.

O seu colega falou das estatísticas. O Sr. Deputado fez uma intervenção toda baseada no investimento que

não existe e o investimento que não existe não é uma questão de confiança nem de estado de alma, é uma

questão de projetos e de realização de projetos.

O Sr. António Costa Silva (BE): — Aonde?!

O Sr. Heitor Sousa (BE): — Se o Sr. Deputado perder 1 minuto que seja a olhar para as estatísticas do

investimento em Portugal nos últimos cinco anos e que estão às cores neste Gráfico 1 —, há de reparar que,

nos quatro anos do seu Governo, a maior parte da variação do investimento foi negativa.

Portanto, não é por causa de uma questão de confiança, Sr. Deputado. Porque confiança é aquilo que os

senhores passam a vida a evocar que os empresários tinham em relação ao seu Governo. Sabe por que é que

os empresários não investiram? Por que é que não houve investimento na economia? Porque os senhores

fizeram uma política de destruição da empresa, de destruição do emprego, de destruição da procura e não há

investimento que resista quando não há ninguém para comprar aquilo que se investe, o produto do investimento.

Esse é que o problema, Sr. Deputado.

O problema do investimento é a capacidade de um determinado investimento ser ou não realizado e, para

ser realizado, precisa de ser adquirido pelas pessoas. E a economia são as pessoas, Sr. Deputado, não são as

empresas, nem é a confiança, porque essa é uma questão de fé. E isto não é uma questão de fé, é uma questão

de estatística.

Sr. Deputado, o que lhe pergunto é o seguinte: no tempo do seu Governo, sabe quais foram as variações

positivas que constam neste Gráfico 1 — voltar? Foram as variações de existências. Sabe por que é que houve

uma grande variação de existências no primeiro trimestre de 2014 e, portanto, um grande aumento de

investimento? Sabe porquê? Porque a refinaria de Sines esteve parada, em manutenção, e isso permitiu a

acumulação da variação de existências. Por isso é que no trimestre seguinte houve uma grande diminuição do

valor do investimento e, portanto, das existências.

A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — Fale da bancarrota, Sr. Deputado.

O Sr. Heitor Sousa (BE): — De resto, em termos gerais, houve durante quatro anos e meio uma redução do

investimento.

Isso só se consegue através da capacidade do Estado, do «anjo Gabriel» de toda a economia, de poder

intervir onde as empresas, mesmo as empresas de inovação tecnológica, as startup, os business angels, etc.,

funcionam. Onde é que funcionam? Funcionam no território da economia — na fatura energética, nas

infraestruturas, na agricultura, nos sistemas financeiros. É aí que funcionam as empresas de inovação

tecnológica.

Se isso não existir, não há inovação que resista, não há capacidade e realização de investimento que resista,

Sr. Deputado.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Campos Ferreira.

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