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I SÉRIE — NÚMERO 86

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O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, do Grupo

Parlamentar do Bloco de Esquerda.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.as Deputadas: O sistema financeiro é

hoje uma ameaça, de facto, à estabilidade orçamental e macroeconómica dos nossos países. E a verdade é

que, uma e outra vez, as populações, não só de Portugal mas também de outros países europeus, foram

chamadas a pagar pelas perdas que o sistema financeiro não queria, não quer e não quererá assumir. E é em

nome desta justiça para com o povo português, que, uma e outra vez, foi chamado a pagar os prejuízos da

banca, que temos a obrigação e o dever de dizer ao Sr. Schäuble, Ministro das Finanças alemão, que, sempre

que o Sr. Schäuble…

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Srs. Deputados, não falem tão alto para defender o Ministro das Finanças alemão! Tenham calma!

Aplausos do BE.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Tenham calma! Srs. Deputados, o Parlamento português e os seus Deputados têm direito a responder ao

Ministro das Finanças alemão quando ele difama Portugal. Têm esse direito!

Vozes do BE: — Muito bem!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Se os Srs. Deputados não o querem fazer, é problema vosso, mas não

impeçam quem quer fazer de fazê-lo.

Temos a obrigação de dizer que o Sr. Schäuble, sempre que lhe é perguntado sobre o péssimo estado em

que se encontra o Deutsche Bank, entende que deve difamar Portugal,…

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Fizemos isso quando estávamos no Governo!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — … entende que deve usar Portugal como bode expiatório para nunca

responder sobre os problemas do seu próprio banco.

Aplausos do BE.

É preciso dizer ao Sr. Ministro das Finanças alemão que isso não é aceitável e que é vergonhoso que um

ministro de um outro Estado, que não é mais nem menos do que Portugal, não hesite em semear o caos e a

crise em países vizinhos apenas porque a sua prepotência o convenceu a que podia fazê-lo e, mais, a que podia

usar o nosso País para desviar as atenções dos problemas do seu país. E isto não é aceitável.

Aplausos do BE.

Se o PSD e o CDS entendem que isto é aceitável, é a prova daquilo que fizeram nos últimos quatro anos a

Portugal.

A posição do Ministro alemão dá-nos boa conta do que é a posição da Europa quanto à banca em Portugal.

Nada mudou no funcionamento da banca, apesar das promessas depois da crise. Nada foi feito para resolver

as fragilidades do sistema bancário. Nada foi feito para evitar falências, mas a verdade é que Portugal perdeu a

capacidade de decidir o que fazer quando um banco vai à falência.

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