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I SÉRIE — NÚMERO 86

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Nesse filme, o protagonista é uma pessoa que tem uma incapacidade: só consegue reter na memória os

últimos 15 minutos, ou coisa que o valha; tudo o resto a memória não retém.

Ora, isso gera situações insólitas como, por exemplo, esta: ele dá-se conta de que está correr atrás de um

homem que lhe foge, mas ele não se lembra das razões que levam aquele homem a fugir e ele próprio a

persegui-lo. Porquê? Porque sem memória nós, literalmente, não sabemos o que estamos a fazer.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

E essa falta de memória leva o Deputado João Galamba a falar dos últimos três anos.

No filme, também percebemos qual a origem da incapacidade do protagonista dessa mesma história. Houve

um acontecimento traumático na sua vida e o assaltante bateu-lhe na cabeça. E é quando ele retoma os sentidos

que percebe que não consegue mais reter memória além dos 15 minutos.

Isto é uma analogia, é um paralelo estrito com a situação do PS, porque o PS também tem um acontecimento

traumático que ficou bem patente na intervenção do Deputado João Galamba: o PS recusa-se a aceitar que

atirou o País para a bancarrota em 2011, que foi, de joelhos, pedir à troica um programa de assistência que

atirou o País para uma gravíssima recessão económica e que, naturalmente, arrasou o sistema financeiro.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Claro!

O Sr. Miguel Morgado (PSD): — Foi esse o legado do Governo PSD/CDS e é a essa luz que têm de ser

vistas as medidas que foram implementadas, de recuperação do setor financeiro.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Mas o filme também tem uma coisa interessante: o protagonista arranjou uma prática, tendo em conta a sua

incapacidade, para ir retendo alguma informação. Ele tatua no corpo a informação que não pode perder. Por

exemplo, números de telefone, números de matrícula de carros que ele considera suspeitos, e assim por diante.

Eu não vou propor ao Deputado João Galamba que comece a tatuar o seu corpo com informação importante,

mas queria perguntar se não acha importante recordar — e eu acho que o Deputado João Galamba tem melhor

memória do que aquela que aparenta —, para este debate que quer fazer e para a situação que quer perceber,

que o sistema financeiro em 2010 e em 2011 como um todo tinha rácios de transformação na ordem dos 160%

e que agora está no seu ponto de equilíbrio.

O mesmo se aplica à Caixa que, na altura, em 2011, tinha um rácio de transformação de quase 140%.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Muito bem!

O Sr. Miguel Morgado (PSD): — Sabe o que é que isso quer dizer, não sabe, Sr. Deputado João Galamba?

Muita dívida externa! E nós sabemos por que é que a bancarrota chegou a Portugal. Não foi um acaso, não foi

porque o mundo mudou em 15 dias; foi devido a um modelo económico socialista, cuja única produção era

dívida, dívida e mais dívida.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Exatamente!

O Sr. Miguel Morgado (PSD): — E isso também arrasou o sistema financeiro. Foi essa situação a que

chegámos em 2011 e foi com isso que tivemos de lidar.

Os rácios de capital do sistema financeiro como um todo é um facto. Vale a pena recordar — ou não —, Sr.

Deputado João Galamba, que a medida de robustez dos bancos em 2011 estava na ordem dos 7%. Qual é o

valor agora, Sr. Deputado João Galamba? Não é verdade que esses rácios melhoraram em 60%? O que tem a

dizer sobre isto? Nesta tentativa nobre, já lhe disse, de perceber o que se está a passar em Portugal, vamos

nós, agora, ignorar estes factos simplesmente porque o Deputado João Galamba tem problemas de memória?

Termino dizendo isto: se o Deputado João Galamba quer perceber — e eu também quero! — o que se está

a passar, então por que é que não acompanha o PSD e se não considera inadmissível o Governo não responder

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