I SÉRIE — NÚMERO 1
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O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — E os senhores não viram nada contra ninguém! Aliás, a luta de classes é
uma invenção nossa!
O Sr. João Oliveira (PCP): — A Sr.ª Deputada parece que não aprendeu com aquilo que aconteceu ao seu
colega de bancada, Deputado João Pinho de Almeida, mas volto a dizer-lhe, a propósito do IMI, que a Sr.ª
Deputada escusa de tentar enlamear o PCP, porque nós não temos esqueletos no armário nem em relação a
submarinos, nem em relação a justificações de financiamentos de indivíduos com nomes de Jacinto Leite Capelo
Rego. Lembra-se disso, Sr.ª Deputada?! Nós não temos!
Aplausos do PCP.
Protestos do CDS-PP.
E quero dizer-lhe mais, Sr.ª Deputada Cecília Meireles: em relação ao IMI, se a Sr.ª Deputada quiser,
efetivamente, ser séria, vá ao Tribunal Constitucional e confirme, nas contas dos partidos, que o PCP, no ano
passado, pagou 29 000 € de IMI, repito, 29 000 € de IMI. E sabe que mais, Sr.ª Deputada? Nós não escondemos
o património que temos nem o pomos atrás de fachadas para que ele possa ter outro tipo de consideração, nós
declaramos o nosso património e pagamos os impostos devidos, quer em sede de IMI, quer em sede de IVA,
naquelas atividades em que, nos termos da lei, estamos obrigados ao pagamento de IVA.
Aplausos do PCP.
Queria, ainda assim, dar resposta às questões que a Sr.ª Deputada coloca sobre justiça fiscal. Quer saber
quais os impostos que se reduzem? Digo-lhe já, Sr.ª Deputada! O IMI vai reduzir…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ah, vai?!
O Sr. João Oliveira (PCP): — … de 0,5% para 0,45%, por proposta do PCP, aprovada no Orçamento do
Estado para 2016.
Aplausos do PCP.
Quer outro exemplo, Sr.ª Deputada? O IVA da restauração reduziu para 13%, depois do aumento que os
senhores fizeram! Aqui tem um segundo exemplo.
Aplausos do PCP.
Terceiro exemplo, Sr.ª Deputada: a sobretaxa de IRS vai ser eliminada definitivamente a partir de 2017,
depois da redução que teve em 2016, contra a vontade do CDS!
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Tudo isso, contra a vontade do CDS! E, Sr.ª Deputada, para não abusar da
tolerância do Sr. Presidente, deixo-lhe apenas mais dois exemplos: vamos continuar a bater-nos pela redução
do PEC (pagamento especial por conta) para as pequenas e médias empresas, porque achamos que se trata
de uma medida justa em relação a quem é responsável por uma grande parte do emprego no nosso País; e
vamos continuar a bater-nos pela alteração dos escalões do IRS, para que aqueles portugueses que têm menos
rendimentos paguem menos impostos, exigindo, obviamente, a quem tem mais rendimentos que cumpra as
suas obrigações fiscais.
Está a ver, Sr.ª Deputada? Escusava de ter ouvido isto tudo, se tivesse estado mais atenta àquilo que o PCP
tem dito.