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13 DE OUTUBRO DE 2016

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Da mesma forma, salientamos igualmente a extraordinária importância da eleição de António Guterres para

Secretário-Geral da ONU, sabendo todos nós do envolvimento pleno de todos os países da CPLP neste seu

sucesso e da importância que o seu desempenho também terá para este nosso grande projeto coletivo.

Termino, Sr. Presidente, Srs. Deputados, recordando premonitoriamente um pequeno poema de um artista

popular, Martinho da Vila, que, um pouco por todo o mundo, nunca se cansou de cantar a lusofonia: «É sonho

ver um dia/a música e a poesia/sobreporem-se às armas/na luta por um ideal/e preconizar/a lusofonia/na

diplomacia universal».

Aplausos do PSD, do CDS-PP e do Deputado do PS Filipe Neto Brandão.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Pisco.

O Sr. Paulo Pisco (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A CPLP é uma organização multilateral

original. Está espalhada por vários continentes e tem uma identidade própria ligada à língua e às culturas dos

seus Estados-membros. Tem já um considerável património de realizações e exerce, inegavelmente, uma

crescente atração noutros países e organizações que querem ter também o estatuto de observador.

Ao celebrar o seu 20.º Aniversário, a CPLP olha para si própria, para o mundo globalizado em que se insere,

mas também para o futuro, com confiança, como é evidente pela nova visão estratégica que será aprovada na

cimeira de Brasília.

Como organização relativamente jovem que é, a CPLP tem ainda um imenso potencial que pode desenvolver,

particularmente na economia, na concertação político-diplomática e na cooperação estratégica. Com o empenho

de todos, a CPLP é um instrumento tão importante de afirmação global, como para o desenvolvimento interno

de cada um dos seus membros. Basta pensar na concretização dos ambiciosos objetivos dos planos de ação

de Brasília e de Lisboa que definem metas comuns para a promoção da língua, acesso ao ensino e à cultura e

desenvolvimento científico.

Decididamente, a CPLP veio para ficar, porque todos compreendem que aquilo que eventualmente nos pode

separar é insignificante em relação à força do que nos une, a língua comum e os afetos forjados ao longo de

séculos, o que nos permite afirmar, sem retóricas vazias, que somos povos irmãos. E é por isso que a eleição

de António Guterres para Secretário-Geral da Nações Unidas é também uma vitória da lusofonia e do seu vasto

universo, onde se incluem as importantes diásporas dos países da CPLP que multiplicam a nossa presença

quase à escala planetária em mais de 150 países.

É através da língua e dos afetos que nos chegam os ecos do nosso universalismo pela escrita de Jorge

Amado, de Pessoa, de Pepetela, de Mia Couto ou de Germano Almeida. É através da língua e dos afetos que

se espalham pelo mundo os sons do fado e da bossa nova, das mornas e coladeras, a riqueza do

multiculturalismo e da diversidade cultural.

A língua portuguesa é uma janela aberta para o mar. É uma janela aberta para o mundo. É parte integrante

da nossa história, da nossa identidade coletiva, do nosso imaginário.

Como qualquer organização multilateral, a CPLP enfrenta em permanência os desafios das suas dinâmicas

internas. Precisa de fortalecer as suas instituições, particularmente o Instituto Internacional da Língua

Portuguesa, e de ter os recursos adequados para poder funcionar eficazmente. Precisa de estar mais enraizada

nas opiniões públicas nacionais e progredir na cidadania e na mobilidade no espaço da CPLP, criando criando

mais oportunidades para estudantes, trabalhadores e investidores.

Mas precisa também de cuidar, em permanência, da sua identidade, dos seus valores e princípios

constitutivos. A defesa da língua comum e da diversidade cultural, a paz e a estabilidade política, a democracia

e o Estado de direito, os direitos humanos e a justiça social devem constituir a base da nossa força coletiva.

Se pensarmos nas projeções demográficas para o conjunto da CPLP, facilmente vislumbramos um potencial

imenso para o futuro. Prevê-se que após 2050 existam, pelo menos, 350 milhões de falantes da nossa língua.

É, portanto, este rico e vasto património que hoje aqui celebramos. Celebramos a língua, os afetos e a

solidariedade, a amizade e a capacidade dos povos para ultrapassarem as suas divergências históricas.

Celebramos uma organização que queremos mais forte, sempre mais forte e que seja um orgulho para todos.

Aplausos do PS.

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