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I SÉRIE — NÚMERO 13

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Portugal nos últimos meses desde que o Governo tomou posse —, o Sr. Primeiro-Ministro afirmou que,

infelizmente, talvez a economia portuguesa não cresça muito mais do que 1% este ano, talvez um bocadinho

mais do que 1%, mas não muito mais, sendo que o Governo tinha uma meta de 1,8%. Até hoje, o crescimento

que pôde ser medido representou 0,9%.

Fica uma pergunta que talvez careça de um esclarecimento do Sr. Primeiro-Ministro: uma vez que, afinal, já

reconhece que a economia não deverá, seguramente, crescer 1,8%, como o Governo esperou, mas que talvez

cresça um bocadinho mais do que 1%, de que é que isso resulta? Se o investimento, como o Sr. Primeiro-

Ministro diz, está realmente a crescer, qual tem sido o motor da travagem da economia? Gostava que o Sr.

Primeiro-Ministro pudesse esclarecer a Câmara.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, aproveito este momento

para partilhar com toda a Câmara o regozijo que certamente todos sentimos por ontem termos visto aclamado

— o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros pôde assistir pessoalmente — um compatriota nosso como

Secretário-Geral das Nações Unidas.

Aplausos gerais, tendo o PS aplaudido de pé.

Agradecendo, naturalmente, o apoio que foi dado por todas as forças políticas e por todos os órgãos de

soberania, quero aproveitar esta ocasião para agradecer, em especial a V. Ex.ª, que tenha sempre

correspondido às diligências pessoais que o Governo lhe solicitou nesta campanha, que foi uma campanha

verdadeiramente nacional.

Agradeço também a vontade que tem de falarmos sobre a realidade, porque a realidade é bastante diferente

daquela de que o ouço falar aos fins de semana, em sucessivos discursos. A realidade é que, num contexto de

menor crescimento da economia global, aquilo que é previsível acontecer ao crescimento da economia

portuguesa está perfeitamente em linha com as previsões que o Fundo Monetário Internacional (FMI) fez de

revisão em baixa do crescimento das economias desenvolvidas.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Em Espanha não parece!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não obstante esse menor crescimento do que aquele que era previsto, a verdade

é que, se olharmos para um fator determinante como é o do emprego, assistimos a uma redução sustentada da

taxa de desemprego de níveis superiores a 12% para níveis próximos de 10%. Significa isto que, apesar de o

crescimento ser menor, estamos a cumprir o principal objetivo da nossa política económica, que — repito e

relembro-lhe — era emprego, emprego, emprego. Hoje temos menos desemprego e temos mais emprego.

Aplausos do PS.

Já que fala em realidade, lembro-o de que isto tem acontecido também porque, ao contrário do que muitas

vezes é ficcionado, o investimento não tem diminuído, o investimento privado tem aumentado. Os números do

INE (Instituto Nacional de Estatística) são inequívocos: no primeiro semestre deste ano, o investimento

aumentou 7,7%. Não diminuiu, aumentou, e não foi pouco — foi 7,7%.

Do mesmo modo, o que nos diz a realidade é que, ao contrário do que aconteceu no ano transato e nos anos

anteriores, vamos cumprir as metas de redução do défice orçamental. Neste ano, ao contrário do que aconteceu,

até no ano passado, sairemos do procedimento de défice excessivo.

E a realidade é a seguinte, em matéria de previsões: o Sr. Deputado, em cada ano que governou, não

apresentou só um Orçamento, não apresentou só um Orçamento retificativo — em 2011, em 2012, em 2013 e

em 2014 apresentou um Orçamento, um primeiro Orçamento retificativo e um segundo Orçamento retificativo.

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