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I SÉRIE — NÚMERO 16

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Pausa.

O quadro eletrónico regista 204 presenças, às quais se acrescentam oito, dos Srs. Deputados Catarina

Martins, do BE, José Luís Ferreira, de Os Verdes, Sérgio Sousa Pinto, António Borges, José Rui Cruz e Luís

Moreira Testa, do PS, Sandra Pereira e José Pedro Aguiar-Branco, do PSD, perfazendo 212 Deputados

presentes, pelo que temos quórum para proceder às votações.

Srs. Deputados, vamos começar por um momento que é triste para todos nós.

Peço à Sr.ª Secretária Idália Salvador Serrão que proceda à leitura do voto n.º 144/XIII (2.ª) — De pesar pelo

falecimento de José Lello (PS e PSD).

A Sr.ª Secretária (Idália Salvador Serrão): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

«José Manuel Lello Ribeiro de Almeida faleceu no passado dia 14 de outubro, no Porto, cidade onde nasceu

em 1944 e à qual permaneceu indelevelmente ligado ao longo da sua existência.

José Lello viveu a sua vida de modo pleno, emprestando o melhor de si, quer ao Partido Socialista, de que

foi dirigente, quer ao País, através dos cargos e funções que desempenhou: Deputado à Assembleia da

República ao longo de sucessivas legislaturas, desde 1983 a 2015, Secretário de Estado das Comunidades

Portuguesas nos XIII e XIV Governos Constitucionais, Ministro da Juventude e do Desporto no XIV Governo

Constitucional e Presidente da Assembleia Parlamentar da NATO, funções que constituem marcos na vida

pública de José Lello, onde, justamente, se destacou.

Convicto defensor do Parlamento e da dignidade da função parlamentar, exerceu-a com particular denodo

junto da Comissão de Defesa Nacional, onde se destacou e da qual foi Vice-Presidente, tendo sido ainda eleito

Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista e Presidente do Conselho de Administração da

Assembleia da República.

Ao longo da sua vida política foi várias vezes distinguido a nível nacional e internacional, tendo recebido

condecorações de países como França, Bélgica, Marrocos, México, Venezuela, Brasil, Grécia, Espanha, sendo

ainda de destacar a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída pela República Portuguesa.

Homem profundamente apaixonado pelo Porto, José Lello era uma figura incontornável da cidade que o viu

ser atleta e dirigente do Boavista Futebol Clube e à qual serviu como autarca, entre 1976 e 1989, no cargo de

Deputado na Assembleia Municipal, e cuja mesa chegou a integrar, sob a presidência do histórico António

Macedo.

Além de uma invulgar capacidade de trabalho e dedicação às causas em que acreditava, José Lello

caracterizava-se também por um apurado e acutilante sentido de humor, que utilizava muitas vezes como

instrumento na sua atividade política e pública, facto que o notabilizou e fez dele um dos parlamentares

portugueses a gozar de maior notoriedade nas últimas décadas.

José Lello era um homem de afetos, frontal, leal, de onde transbordava um enorme gosto pela vida, a par de

um fortíssimo sentido de liberdade que exerceu com particular mestria, vivendo uma vida plena, a vida que quis,

uma vida onde nunca abdicou de se guiar, corajosamente, pela regra do seu próprio pensamento.

A Assembleia da República compartilha a profunda dor e o acentuado sentido de perda que o

desaparecimento de José Lello provocou na sua família e amigos e endereça-lhes as mais profundas

condolências.»

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Isabel Santos.

A Sr.ª IsabelSantos (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Faço, neste momento, a mais difícil das minhas

intervenções, a intervenção que nunca queria fazer.

Nos últimos dias, muito se disse e escreveu sobre José Lello, mas guardo para sempre aquela que talvez

tenha sido a mais assertiva das frases: «Morreu a antítese da morte». José Lello era exatamente isso, era a

antítese da morte, pela paixão que pôs em tudo o que fez, em tudo o que viveu, pelos sentimentos que partilhou.

José Lello deixa, para sempre, uma marca indelével na história dos primeiros anos da consolidação

democrática no Porto, onde, ao lado de António Macedo, Mário Cal Brandão e Beatriz Cal Brandão, deu força e

serviu a afirmação do Partido Socialista.

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