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4 DE NOVEMBRO DE 2016

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Mas também esperávamos que este fosse o Orçamento em que o PS se iria reconciliar com a coesão social,

porque, pelas palavras do Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, os senhores, no último ano, deitaram borda fora

6000 beneficiários do complemento solidário para idosos. Curiosa realidade! Se andaram todo este tempo a

fazer uma guerra entre o complemento solidário para idosos e as pensões mínimas dizendo que era errado

aumentar pensões mínimas porque a prestação social que efetivamente combatia a pobreza era o complemento

solidário para idosos, porque é que os senhores mandaram 6000 pessoas borda fora do complemento solidário

para idosos?!

Então, falharam na coesão social! Então, falharam no principal instrumento de combate à pobreza nos mais

velhos! São as vossas palavras! São os vossos objetivos!

Se o instrumento é o complemento solidário para idosos e se tem menos 6000 beneficiários do que havia no

nosso tempo, os senhores são piores na política social não segundo o nosso parâmetro apenas, mas também

segundo o vosso parâmetro. Falharam não só em relação ao que vinha de trás, mas falharam também, mais

uma vez, em relação aos objetivos que estabeleceram.

O pior da insensibilidade social é o que se passa com os aumentos das pensões. Os senhores aumentam

em 263 € as pensões de 7500 €. Ironicamente, 263 € é o valor das pensões mais baixas, as quais os senhores

aumentam 1 €. Isto é sensibilidade social?! É sensibilidade social aumentar uma pensão tanto quanto ganha por

mês um pensionista que tem a pensão mínima?! É para isso que servem os socialistas? É para isso que serve

o Bloco de Esquerda? É para isso que serve o PCP? Servem para dar a um pensionista que recebe 7500 €

tanto quanto recebe um pensionista com a pensão mínima?

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Se calhar, é, porque, pelas palavras de um socialista que acabou de fazer uma intervenção neste Parlamento,

esses pensionistas são um subconjunto. Um subconjunto que não é mais nem menos do que 1 milhão de

pessoas! Repito, 1 milhão de pessoas!

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Não é verdade!

O Sr. JoãoPinhodeAlmeida (CDS-PP): — Os senhores mandam borda fora 6000 beneficiários do

complemento solidário para idosos, chamam conjunto ao subconjunto, a 1 milhão de pensionistas das pensões

mínimas, e depois querem dar lições sobre sensibilidade social?!

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. JoãoPinhodeAlmeida (CDS-PP): — Quer dar lições quem atira borda fora 6000 pensionistas?! Quer

dar lições quem chama subconjunto a quem menos tem?! Respeito, Srs. Deputados. Respeito!

Governar é, certamente, fazer opções, é fazer opções difíceis — e nós tivemos de fazer opções difíceis —,

mas é ter a cara levantada para as conseguir explicar e é, aliás, desde logo, ter um primeiro-ministro que dê a

cara por isso, coisa que nunca deixámos de ter nos momentos mais difíceis quando tivemos de apresentar as

medidas mais difíceis!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Hoje, sabemos que há 6000 pensionistas a menos no complemento solidário para idosos, mas não ouvimos

o Primeiro-Ministro referir-se a isso. Sabemos que aumentam em 263 € as pensões de 7500 €, mas não ouvimos

o Primeiro-Ministro referir-se a isso. Ri-se mais do que o Primeiro-Ministro anterior, mas dá menos a cara do

que dava quem tinha de tomar opções em alturas tão difíceis.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Esta seria também a oportunidade de o Bloco de Esquerda e de o PCP se reconciliarem com as suas

propostas do passado, como ainda agora bem demonstrou a Sr.ª Deputada Cecília Meireles. Mas, é evidente,

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