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I SÉRIE — NÚMERO 28

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crescente atraso nos pagamentos, reconhecido até pela própria ACSS (Administração Central do Sistema de

Saúde), a centralização, que prejudica a rápida tomada de decisão e que levou ao congelamento de

investimentos, a ausência de reposição de material obsoleto, que condiciona listas de espera inaceitáveis na

realização de múltiplos exames complementares e tratamentos, a falta de consumíveis e a falta de profissionais,

tudo isto, Srs. Deputados, teve, como em devido tempo alertámos, impacto muito negativo na prestação dos

cuidados de saúde aos portugueses.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Somos nós que o dizemos aqui, mas são também, e sobretudo, as

várias ordens de profissionais da saúde que o reafirmam, com denúncias que a todos devem preocupar, é a

associação dos administradores hospitalares e são os relatos da realidade dos serviços de saúde que nos

chegam todos os dias. São, aliás, as notícias graves dos últimos dias que vão, seguramente, para além de

meros casos de intensidade dramática, como hoje os rotulou o Sr. Ministro da Saúde.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Bem lembrado!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — De acordo com os dados mais recentes da execução orçamental,

os hospitais EPE têm um passivo de 1,2 mil milhões de euros. Entre outubro de 2015 e outubro de 2016, o setor

que mais contribuiu para a subida do volume dos atrasos foi justamente o dos hospitais EPE, com 309 milhões

de euros em atraso. As dívidas dos hospitais públicos à indústria farmacêutica e às empresas de dispositivos

médicos já são superiores a 1100 milhões de euros.

A realidade comprova que o CDS tinha razão nas suas preocupações, mas, mais que isso, o que lamentamos

profundamente é a forma como a saúde dos portugueses está a ser afetada pelas opções políticas deste

Governo, apoiado por aqueles que, por muito menos, e durante o período restritivo do programa de assistência

financeira que tivemos de cumprir, falavam todos os dias de cortes cegos, de desinvestimento, de

desmantelamento e de destruição do Serviço Nacional de Saúde.

Aplausos do CDS-PP.

Onde estão eles agora? O vosso silêncio é confrangedor e terão de explicar aos portugueses a razão das

vossas convenientes cegueira e mudez seletivas.

Aplausos do CDS-PP.

Alertámos para a forma imponderada e desastrada como iria ocorrer a reposição salarial, para o garrote da

reposição precipitada das 35 horas…

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Ora aí é que está! É essa a vossa preocupação!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — … e foi-nos dito que isso correspondia a uma aposta nos recursos

humanos do SNS.

Então, como justificam agora que tenhamos centenas de milhares de dias de folga e horas extraordinárias

em dívida aos enfermeiros? Como justificam que continuem a não ser contratados enfermeiros que assegurem

os níveis de segurança devidos aos doentes? Como justificam que faltem outros profissionais de saúde em tão

elevado número, quando sabiam, à partida, que estavam a reduzir horas de prestação de trabalho? Sim! Como

o justificam, Srs. Deputados?

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Levaram-se as equipas ao limite, com situações de clara exaustão,

bem conhecidas sobretudo nos profissionais mais novos — veja-se o último estudo sobre burnout dos médicos