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13 DE JANEIRO DE 2017

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O Sr. João Galamba (PS): — O FMI (Fundo Monetário Internacional) diz, no relatório pós-programa do ano

passado, quando os senhores ainda estavam no Governo, que os problemas no setor financeiro existem e não

foram resolvidos e que o maior problema do setor financeiro é a qualidade da carteira de ativos e a baixa

rentabilidade da carteira de ativos dos bancos.

Um ano depois, o que dizem o mesmo FMI e todas as instituições financeiras? Que os problemas da banca

se mantêm porque foram herdados,…

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Não! Foram agravados!

O Sr. João Galamba (PS): — … mas que este Governo tem dado passos importantes no sentido da

estabilização, nomeadamente a assegurar que o maior banco do sistema foi devidamente recapitalizado, coisa

que os senhores não fizeram em devido tempo.

Portanto, Srs. Deputados, nós estamos a fazer aquilo que não fizeram e a resolver os problemas que os

senhores nos deixaram. Os senhores deviam ter o pudor — o pudor! — de não vir dizer coisas sem nexo sobre

valorização de ativos e deviam, pelo menos, explicar aos portugueses se, como o Partido Socialista, não estão

disponíveis para vender a qualquer preço, porque vender também pode ter custos para os contribuintes, como

era o caso da última proposta conhecida. Aliás, nesse caso, o custo para os contribuintes era de 1750 milhões

de euros, os contribuintes portugueses pagariam 1750 milhões de euros para vender o Banco. Se o CDS e o

PSD entendem que a nacionalização não é, em circunstância alguma, uma posição de recurso que até pode

reforçar a posição negocial do Estado português, digam, então, aos portugueses se venderão a qualquer preço

ou se liquidarão o Banco. E têm de assumir as responsabilidades por essa ação.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. João Galamba (PS): — É essa a responsabilidade que deviam assumir perante os portugueses e não

vir aqui com o descaramento do costume…

Protestos do PSD e do CDS-PP.

… descartar as vossas responsabilidades e fingir que os problemas no setor financeiro foram criados hoje.

Não foram, Srs. Deputados, e os senhores sabem isso muito bem.

Aplausos do PS.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — A democracia não é descaramento!

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Marco

António Costa.

O Sr. Marco António Costa (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Depois de o ouvir, Sr. Deputado João

Galamba, fiquei a saber que é um discípulo fanático do FMI. Isso, para nós, constitui uma novidade e

observaremos, daqui para o futuro, as suas intervenções sobre o FMI com o mesmo interesse.

Sobre a questão de saber quem é responsável ou não pela venda do Banco, respondo-lhe com muita

facilidade: no nosso tempo, o responsável era o regulador, era o Banco de Portugal.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Dava-lhe jeito!

O Sr. Marco António Costa (PSD): — Agora, pelas notícias que vamos ouvindo, quer sobre declarações de

pessoas com responsabilidade nessa bancada,…

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!