14 DE ABRIL DE 2017
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Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José Manuel Pureza.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Administração Interna.
A Sr.ª Ministra da Administração Interna: — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Luís Ferreira, naturalmente
que a época de incêndios se avizinha. Estatisticamente, em época de eleições autárquicas até costuma ser pior
do que nos anos anteriores — isso é meramente estatístico.
Quanto aos sapadores florestais, estes dependem do Ministério da Agricultura, pelo que, naturalmente, não
lhe consigo responder porque não tenho esses dados, dado que não tutelo os sapadores florestais. No entanto,
existe uma forte articulação em todo o DECIF (Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais).
Relativamente aos meios aéreos, temos 47 operacionais. Os dois Kamov que estão inoperacionais e que
ainda são passíveis de ser reparados, não vão poder ser reparados ainda a tempo deste DECIF, porque estão
dependentes de um concurso internacional. Trata-se de uma questão extremamente complicada, porque foi
preciso retirá-los do contrato que o Governo anterior celebrou para se poder proceder à sua reparação e a
complexidade da questão ultrapassou as nossas melhores expectativas.
A Força Aérea não tem equipamento de combate a incêndios. No entanto, nos planos de aquisição de meios
aéreos das próprias forças aéreas está a ser equacionado, no que seja possível, adquirir aeronaves que tenham
essa dupla valência: as normais, necessárias ao desempenho da missão da Força Aérea, mas que também
possam servir para o combate aéreo a incêndios, que é, sobretudo, importante numa fase inicial, porque o
combate eficaz aos incêndios faz-se, como toda a gente sabe, sobretudo em terra e com uma boa estratégia.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma réplica, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís
Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, não se referiu à operação Fátima,
mas cremos que é uma matéria importante para saber se esta operação não compromete a resposta a outras
necessidades que durante esse período possam ocorrer.
Sr.ª Ministra, nos últimos dias já se registaram vários incêndios de norte a sul do País e o Dispositivo Especial
de Combate a Incêndios Florestais inicia a fase Bravo a 15 de maio, altura em que serão reforçados os meios
de combate. Mas se o calor aumentar e o número de ocorrências florestais diárias também aumentar,
gostaríamos de saber se o Governo pondera a possibilidade de antecipar o reforço dos meios aéreos previsto
para 15 de maio.
Por fim, Sr.ª Ministra, depois de assistirmos a várias épocas de combate a incêndios com imensas perdas
humanas — muitas delas por falta de conhecimento no terreno — interessava saber se houve uma maior
formação para os corpos de bombeiros conhecerem as acessibilidades, para mapearem pontos de água e para
localizarem zonas sensíveis e com maior perigosidade de incêndios florestais.
No fundo, interessava saber as diligências que o Governo promoveu para, em conjunto com os agentes de
proteção civil local, reduzir as dificuldades de combate a incêndios florestais.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Administração
Interna.
A Sr.ª Ministra da Administração Interna: — Sr. Deputado, de facto, no início deste ano, e sobretudo agora,
em abril, registaram-se muitos incêndios florestais, não em floresta, mas em área de mato, em que estiveram
envolvidos meios humanos na ordem dos 8000, mais de 2500 veículos e de 37 meios aéreos. Isso só nesta
época, e ainda não chegámos ao DECIF. Mas, como lhe disse, registaram-se incêndios sobretudo em área de
mato e não tanto em área de floresta.
Em relação à operação Fátima, ela não comprometerá, naturalmente, o combate a incêndios, porque o
empenho de meios aéreos para vigilância não é propriamente o empenho de meios aéreos que são de combate
a incêndios.