O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 79

32

E é esta a base dos problemas do CDS.

A intervenção da Sr.ª Deputada na abertura deste debate, como já foi dito, é bem diferente do projeto de

resolução do CDS. Veja-se bem: teve a necessidade de começar pelo exemplo de um ataque islamofóbico, que

nós também condenamos. Mas o projeto de resolução do CDS é absolutamente omisso no que toca a isso.

O Sr. Luís Monteiro (BE): — Exatamente!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Uma coisa é o que é escrito, outra coisa é o que é dito. E é o que é

escrito que nós vamos votar e que fica muito aquém daquilo que é dito.

Mas mesmo na intervenção da Sr.ª Deputada não há nenhuma condenação à extrema-direita que grassa,

com uma base islamofóbica, por exemplo, na Europa.

O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — À extrema-direita e à extrema-esquerda!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não existe uma condenação à islamofobia ou à xenofobia que servem

também, ambas, como base à extrema-direita que grassa na Europa. E nós condenamos isso.

Não existe uma crítica para lá da perseguição aos cristãos. E nós, condenando a perseguição aos cristãos,

sendo solidários para com as populações que são perseguidas devido à sua escolha religiosa, não deixamos

de condenar a perseguição a todos aqueles e todas aquelas — repito, todos — que, pela sua escolha de religião,

são perseguidos por todo o mundo. Creio que é isso que nos está a separar neste contexto.

Para terminar, há um ponto que o Bloco de Esquerda tem na sua génese e que, creio, está inerente a este

debate, que é a necessidade da tolerância e do respeito por aqueles que não têm qualquer tipo de religião e não

querem ter.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vou terminar, Sr. Presidente.

E quando nós não condenamos a inexistência de Estados laicos, como existem em várias partes do mundo,

em vários hemisférios, estamos a condenar não só pela falta de liberdade religiosa mas também a possibilidade

de qualquer cidadão ou cidadã poder dizer que não tem religião nenhuma, e essa também é uma falta de

liberdade.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para encerrar o debate, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita

Bessa.

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Depois de tudo o que aqui ouvimos,

particularmente por parte do PS, que, na verdade, tentou impor ao CDS uma proposta sua,…

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — … não posso deixar de pensar que, se neste projeto de resolução se

ignorassem os factos e onde se lê «cristãos» se lesse «yazidi» ou «muçulmanos» na Europa ou qualquer outro

grupo, o mesmo seria mais facilmente aprovado.

Protestos do PS, do BE e do PCP.

O Sr. António Filipe (PCP): — Não seja intolerante!

O Sr. Ascenso Simões (PS): — Agora está tudo esclarecido!

Páginas Relacionadas
Página 0046:
I SÉRIE — NÚMERO 79 46 novembro de 2012, e 48/XIII (2.ª) — Aprova o A
Pág.Página 46
Página 0047:
22 DE ABRIL DE 2017 47 A Assembleia da República, reunida em Plenário no dia 21 de
Pág.Página 47