O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12 DE MAIO DE 2017

17

sem que se registem resultados significativos no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do

terrorismo.

Importa, assim, refletir sobre se, além das alterações legislativas, existe ou não uma verdadeira vontade

política para combater estas realidades. A verdade é que, para além do mundo obscuro das offshore que importa

combater — e tivemos um lamentável episódio de um Secretário de Estado do CDS que fechou os olhos a mais

de 10 000 milhões de euros que foram para offshore —, as praças financeiras, a City de Londres e Wall Street,

são as principais beneficiárias do branqueamento de capitais no mundo.

Permitam-me mencionar, Sr. Presidente e Srs. Deputados, uma passagem de um livro de Roberto Saviano

que diz que Nova Iorque e Londres são, hoje, as duas maiores lavandarias de dinheiro sujo do mundo. Já não

são os paraísos fiscais, como as Ilhas Caimão ou a Ilha de Man mas, sim, a City de Londres e Wall Street. Este

jornalista cita ainda a chefe do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América, que, no Congresso,

afirmou que os bancos dos Estados Unidos da América são utilizados para acolher grandes quantias de capitais

ilícitos escondidos, entre milhares de milhões de dólares, que todos os dias são transferidos de banco para

banco. Conclui Roberto Saviano que os centros do poder financeiro mundial se mantiveram à tona à custa do

dinheiro da droga. Ora, é esta realidade concreta que não temos registado vontade política para combater.

O mesmo se diga quanto ao financiamento do terrorismo. É que o combate ao financiamento do terrorismo

em países como os Estados Unidos da América e muitos da União Europeia tem os seus dias. Por exemplo,

não há qualquer problema em financiar organizações terroristas na Síria, se isso servir os interesses

geoestratégicos do país a, b ou c.

Em suma, Sr. Presidente e Srs. Deputados, estamos naturalmente de acordo com as alterações legislativas,

mas queremos daqui reafirmar que é preciso uma vontade política expressa no plano nacional e no plano

internacional, para, efetivamente, combater o branqueamento de capitais e o financiamento da atividade

terrorista. E isto, infelizmente, não tem acontecido nos tempos que correm.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem agora a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada

Sara Madruga da Costa.

A Sr.ª Sara Madruga da Costa (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado, Sr.as e Srs. Deputados:

Como diz o povo, e com muita propriedade, «mais vale tarde do que nunca». Em 2016, o PSD submeteu à

apreciação do Parlamento um projeto de resolução, alertando o Governo para a necessidade de antecipar a

transposição da diretiva comunitária para o final desse mesmo ano.

A referida iniciativa mereceu o voto favorável maioritário desta Câmara. A própria Sr.ª Ministra da Justiça

comprometeu-se publicamente a cumprir com esse prazo. A urgência da matéria assim o exigia. Pois muito bem,

tal não aconteceu.

Estamos em maio, já quase no limite do prazo máximo para a transposição da diretiva, prazo esse que nós

queríamos antecipar pela importância do tema que julgamos que ninguém questiona, e essa transposição

continua por fazer.

O debate que agora estamos a iniciar, já deveria ter sido concluído no ano passado. Recordo que, depois do

debate desta tarde, há um longo percurso a percorrer. Como sabe, existe um conjunto de audições obrigatórias

que levarão, da nossa parte, muito tempo. Mas, repito, «mais vale tarde do que nunca»!

Sr.as e Srs. Deputados, conforme já referi na minha intervenção anterior, existem matérias que são

fundamentais para o aprofundamento do Estado de Direito democrático, que são suprapartidárias e que nos

impõem especiais deveres.

O branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo são problemas internacionais que envolvem,

por isso, esforços à escala mundial. Por isso, todos os países e todos os partidos devem envidar esforços para

desenvolver e promover políticas de combate a estes fenómenos.

Numa cultura democrática, que se pretende cada vez mais exigente, só há um caminho para uma sociedade

mais justa e equitativa. Esse caminho é o da erradicação do branqueamento de capitais e do financiamento do

terrorismo.

Páginas Relacionadas
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 87 4 O Sr. Presidente: — Srs. Membros do Governo, Sr
Pág.Página 4
Página 0005:
12 DE MAIO DE 2017 5 um conjunto fundamental de dados, sem a necessidade de densifi
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 87 6 O Sr. Filipe Neto Brandão (PS):— Sr. Presidente
Pág.Página 6
Página 0007:
12 DE MAIO DE 2017 7 O PSD reconhece a boa intenção do Governo na transposição da p
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 87 8 A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — A segunda forma
Pág.Página 8
Página 0009:
12 DE MAIO DE 2017 9 Lamento que já não tenha tempo para responder, mas era importa
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 87 10 O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Termino, Sr. Presi
Pág.Página 10
Página 0011:
12 DE MAIO DE 2017 11 São também estabelecidas naturalmente as necessárias garantia
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 87 12 O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem
Pág.Página 12
Página 0013:
12 DE MAIO DE 2017 13 regime sancionatório aplicável a situações de incumprimento d
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 87 14 adequados, uma questão a que atribuímos grande
Pág.Página 14
Página 0015:
12 DE MAIO DE 2017 15 disparidades na identificação dos destinatários, porque isso,
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 87 16 O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscai
Pág.Página 16
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 87 18 O PSD não faz como muitos outros partidos, com
Pág.Página 18
Página 0019:
12 DE MAIO DE 2017 19 Aplausos do PS. O Sr. Presidente (José de Matos
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 87 20 O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Vou terminar,
Pág.Página 20
Página 0021:
12 DE MAIO DE 2017 21 A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Secretário de Estado, que
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 87 22 O PSD é a favor, e por convicção, da transposi
Pág.Página 22
Página 0023:
12 DE MAIO DE 2017 23 O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma interven
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 87 24 fiscal perverso e injustificado, resultado de
Pág.Página 24
Página 0025:
12 DE MAIO DE 2017 25 Europeia, mas temos de ir mais longe: num mundo globalizado,
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 87 26 onde é que o regime é mais favorável e tentar
Pág.Página 26
Página 0027:
12 DE MAIO DE 2017 27 A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — … mas que precisam de ter os
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 87 28 fixamos a obrigação legal, nas competições pro
Pág.Página 28
Página 0029:
12 DE MAIO DE 2017 29 significa que, uma vez havendo uma delegação de competências
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 87 30 Estamos disponíveis para fazer uma análise des
Pág.Página 30
Página 0031:
12 DE MAIO DE 2017 31 O Sr. Luís Monteiro (BE): — Terminarei, Sr. Presidente, dizen
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 87 32 Aplausos do PSD. O Sr. President
Pág.Página 32
Página 0033:
12 DE MAIO DE 2017 33 Aplausos do PS. O Sr. Presidente (José de Matos
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 87 34 No entanto, para o PSD, a avaliação do impacto
Pág.Página 34
Página 0035:
12 DE MAIO DE 2017 35 Além disso, há uma questão que nos preocupa e que tem a ver c
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 87 36 dificuldades e cria tantas especificidades que
Pág.Página 36
Página 0037:
12 DE MAIO DE 2017 37 atenção o impacto de género quando elaborou as normas, torna
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 87 38 A Assembleia da República, reunida em sessão p
Pág.Página 38
Página 0039:
12 DE MAIO DE 2017 39 Portuguesa Caixa de Socorros D. Pedro V, Presidente do Liceu
Pág.Página 39
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 87 40 O Sr. Secretário (Moisés Ferreira): — Sr. Pres
Pág.Página 40
Página 0041:
12 DE MAIO DE 2017 41 anos depois dos acontecimentos de Chicago, o 1.º de Maio cont
Pág.Página 41
Página 0042:
I SÉRIE — NÚMERO 87 42 O Sr. Sérgio Sousa Pinto (PS): — Sr. President
Pág.Página 42
Página 0043:
12 DE MAIO DE 2017 43 ameaça da alimentação forçada, prática considerada pelo direi
Pág.Página 43
Página 0044:
I SÉRIE — NÚMERO 87 44 O Sr. João Paulo Correia (PS): — Peço também a
Pág.Página 44
Página 0045:
12 DE MAIO DE 2017 45 Estamos a saudar a participação de Portugal desde o início, n
Pág.Página 45
Página 0046:
I SÉRIE — NÚMERO 87 46 Isso não significa que estejamos de acordo com
Pág.Página 46
Página 0047:
12 DE MAIO DE 2017 47 O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos passar à votação do
Pág.Página 47
Página 0048:
I SÉRIE — NÚMERO 87 48 Assim, associando-se aos fundamentos e objetiv
Pág.Página 48
Página 0049:
12 DE MAIO DE 2017 49 Srs. Deputados, temos agora dois requerimentos, um, apresenta
Pág.Página 49
Página 0050:
I SÉRIE — NÚMERO 87 50 texto inicial foi substituído a pedido do auto
Pág.Página 50
Página 0051:
12 DE MAIO DE 2017 51 Passamos à votação do projeto de resolução n.º 840/XIII (2.ª)
Pág.Página 51
Página 0052:
I SÉRIE — NÚMERO 87 52 A proposta de lei baixa à 5.ª Comissão.
Pág.Página 52
Página 0053:
12 DE MAIO DE 2017 53 Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD e
Pág.Página 53
Página 0054:
I SÉRIE — NÚMERO 87 54 O Sr. Ivan Gonçalves (PS): — Peço a palavra, S
Pág.Página 54
Página 0055:
12 DE MAIO DE 2017 55 Europacolon Portugal — Apoio Ao Doente Com Cancro Digestivo,
Pág.Página 55
Página 0056:
I SÉRIE — NÚMERO 87 56 garanta a partilha de informação entre as resp
Pág.Página 56
Página 0057:
12 DE MAIO DE 2017 57 No entanto, constamos que muitos alunos continuam a solicitar
Pág.Página 57
Página 0058:
I SÉRIE — NÚMERO 87 58 O movimento SOS Cabedelo, da Figueira da Foz,
Pág.Página 58