O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 91

14

Alguns dizem: «Ah, mas isso tem a ver sobretudo com o turismo!». Não é verdade, porque, hoje, temos

exportado mais bens do que temos exportado serviços. Houve 17% de crescimento na exportação de bens e

11% de crescimento na exportação de serviços.

Outros dizem: «Bom, mesmo o turismo tem tido um crescimento conjuntural, porque se deve ao facto de

haver muita intranquilidade em algumas regiões do Médio Oriente e do norte de África!». Convém ter a noção

de que a instabilidade existente em zonas de turismo que oferecem sobretudo sol e praia pode ajudar ao

crescimento da oferta turística de sol e praia, que temos no Algarve ou na Madeira, mas dificilmente explica o

crescimento que temos tido no turismo que assenta não nestes destinos mas nos destinos urbanos, como o

Porto e Lisboa, e nos destinos rurais, como Vale do Douro, onde o turismo está significativamente a crescer e

não é por causa da instabilidade existente noutras regiões do mundo.

Significa isto que temos e devemos prosseguir esta estratégia e devemos prossegui-la centrados no que é

fundamental. Os bloqueios estruturais da nossa economia não se resolvem com um choque de empobrecimento

— experimentámo-lo e falhou. De uma vez por todas, temos de nos concentrar para, com persistência,

consistência e estabilidade, dar execução ao que é fundamental, ou seja, resolver o problema das qualificações

e o défice de incorporação tecnológica na nossa atividade económica, termos um pleno aproveitamento das

potencialidades do nosso território, podermos reduzir significativamente as desigualdades e erradicar a pobreza,

podermos capitalizar as nossas empresas, de forma a terem boas condições para investirem, e termos um

Estado que seja moderno, mais eficiente, menos burocrático e que possa assegurar serviços públicos de

qualidade, que são um valor acrescentado para a nossa sociedade, designadamente nas áreas da educação e

saúde.

É isto que temos de fazer e temos de o fazer prosseguindo serenamente e com determinação a política que

temos vindo a seguir.

O sucesso desta política tem estado na capacidade que temos tido de virar a página da austeridade,

devolvendo rendimento às famílias e diminuindo a carga fiscal sobre o trabalho, e de, simultaneamente, ter uma

consolidação orçamental sólida que não nos coloque numa posição de risco perante qualquer choque externo,

o que não podemos prever, mas ninguém pode garantir que um dia não possa acontecer. Se isso acontecer,

nessa altura, temos de estar em melhores condições do que estávamos em 2008 e é por isso que temos de

prosseguir esta estratégia, prudente e equilibrada, de avançar com segurança. Se o continuarmos a fazer, vamos

reforçando a confiança externa, vamos reforçando a confiança dos investidores e a confiança dos cidadãos, que

podem encarar o seu futuro com tranquilidade. Os jovens podem deixar de pensar em terem de ir lá para fora

para encontrar boas oportunidades de emprego, as famílias podem ter confiança de que vale a pena investir na

educação dos seus filhos, porque isso vai dar-lhes melhores oportunidades relativamente ao futuro, os nossos

idosos podem pôr termo à angústia com que viveram nos últimos anos, pois vão ter um sistema de pensões que

lhes assegura uma vida digna. Se continuarmos assim, vamos devolver confiança a quem trabalha, combatendo

a precariedade e devolvendo dignidade às relações de trabalho. É aqui que temos de nos centrar para que o

País esteja confiante relativamente ao seu futuro.

A reconstrução da confiança é a chave, e foi o que fizemos. Assinámos um contrato de confiança com o

sistema de produção do conhecimento, com as universidades e com os politécnicos, porque sem estabilidade e

sem previsibilidade não podem desenvolver os seus planos científicos.

Devolvemos confiança às empresas para poderem investir e acreditar que é incorporando e contratando

melhores quadros, mais qualificados, e trabalhando mais de perto com as universidades e com os politécnicos

que podem acrescentar valor aos produtos e aos serviços que podem desenvolver.

Ora, esta estratégia é a que consta do Programa Nacional de Reformas.

A margem que agora ganhámos é estreita e depende ainda de um conjunto de fatores estatísticos que só

em 2018 poderemos beneficiar. Só poderemos beneficiar, relativamente às reformas estruturais, quando

reduzirmos a nossa distância em relação ao objetivo de médio prazo, e isso está previsto que aconteça para o

ano. Só poderemos beneficiar da flexibilidade, em matéria de investimento, quando não estivermos a crescer

acima do potencial de crescimento. Ora, estas duas condições não estão ainda inteiramente verificadas. O que

temos de ter é a determinação para as alcançar e, sobretudo, uma boa seletividade de como as queremos

utilizar.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Primeiro-Ministro.

Páginas Relacionadas
Página 0002:
I SÉRIE — NÚMERO 91 2 O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, Srs.
Pág.Página 2
Página 0003:
24 DE MAIO DE 2017 3 Nesse sentido, o afastamento dessa estratégia de empobreciment
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 91 4 ambiental em 2014, que a APA (Agência Portugues
Pág.Página 4
Página 0005:
24 DE MAIO DE 2017 5 E é preciso continuar a reformar o Estado e a reformar a econo
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 91 6 O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Primeiro-Min
Pág.Página 6
Página 0007:
24 DE MAIO DE 2017 7 O terceiro eixo é da criação do emprego qualificado, através d
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 91 8 … aquela que trouxe a troica até nós e aquela q
Pág.Página 8
Página 0009:
24 DE MAIO DE 2017 9 Protestos da Deputada do CDS-PP Assunção Cristas.
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 91 10 O Sr. Presidente: — Tem mesmo de concluir, Sr.
Pág.Página 10
Página 0011:
24 DE MAIO DE 2017 11 O Sr. João Galamba (PS): — Também foi por causa do aumento do
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 91 12 Aplausos do PS. Srs. Deputados,
Pág.Página 12
Página 0013:
24 DE MAIO DE 2017 13 Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, pergunto: como é que o Gover
Pág.Página 13
Página 0015:
24 DE MAIO DE 2017 15 O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou já concluir, Sr. Presidente. <
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 91 16 O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — Má consciênci
Pág.Página 16
Página 0017:
24 DE MAIO DE 2017 17 É por isso que é necessário desbloquear a contratação coletiv
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 91 18 Primeiro-Ministro. Agora, o Sr. Primeiro-Minis
Pág.Página 18
Página 0019:
24 DE MAIO DE 2017 19 Quando entendemos que não era assim tomámos a medida em enten
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 91 20 para criar emprego, para encontrar o nível ade
Pág.Página 20
Página 0021:
24 DE MAIO DE 2017 21 Primeiro, uma pequena correção: batemo-nos no ano passado e b
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 91 22 comunitários estávamos num estado pré-históric
Pág.Página 22
Página 0023:
24 DE MAIO DE 2017 23 Eng.º José Sócrates: 40%. Foi só 40% de coincidência! Portant
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 91 24 … depois de um conhecido seu apoiante a ter co
Pág.Página 24
Página 0025:
24 DE MAIO DE 2017 25 Mas, a esse propósito, Sr. Deputado Luís Montenegro, não se g
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 91 26 teria sido desmentido, mas, em qualquer caso,
Pág.Página 26
Página 0027:
24 DE MAIO DE 2017 27 Mas estamos preocupados, e por isso insistimos na pergunta em
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 91 28 resposta inovadora e serviços especializados m
Pág.Página 28
Página 0029:
24 DE MAIO DE 2017 29 Srs. Deputados, na sequência do voto que acabámos de aprovar,
Pág.Página 29