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14 DE JUNHO DE 2017

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exercerem a sua liberdade de escolha, que hoje lhes continua a ser negada. Com esta proposta do PCP, o

consumidor pode regressar ao regime de tarifa regulada, precisamente aquela onde se tem conseguido agora

— e onde se deverá conseguir mais e melhor no futuro — conter aumentos e potenciar reduções de preços na

energia.

São soluções concretas para os problemas das pessoas, opções políticas que defendem o País e enfrentam

os interesses dos grupos económicos do sector energético.

Mas queremos aqui reafirmar o que a vida está a provar todos os dias: só com a recuperação do controlo

público deste sector estratégico para a economia e a própria soberania nacional se poderá assegurar

plenamente esse valor, com a defesa do interesse nacional, dos setores produtivos, das micro, pequenas e

médias empresas, com um sector energético verdadeiramente ao serviço do povo e do País.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Costa.

O Sr. Hugo Costa (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Grupo Parlamentar do Partido Socialista

saúda estas iniciativas hoje em debate, nomeadamente porque vêm no seguimento das preocupações que o

PS tem vindo a apresentar.

Ao longo dos anos, a discussão sobre os serviços energéticos assentou num conjunto de tecnicismos, alguns

deles em debate hoje, como os vulgarmente conhecidos por CMEC (contratos de manutenção de equilíbrio

contratual), os CAE (contratos de aquisição de energia) ou a central de despacho. Estes tecnicismos não podem

esconder o impacto na carteira dos portugueses e nos custos das nossas empresas.

Neste ano e meio de Governo do Partido Socialista e desta nova maioria parlamentar foi possível avançar

muito na área da energia. O défice tarifário desceu mais de 300 milhões de euros, os juros da dívida baixaram

para 1,8%, reduzindo 20 milhões de euros. Um subsídio dado às empresas de produção de eletricidade

denominado garantia de potência, foi cortado em 50%.

Fizemos chegar a mais de 800 000 famílias, repito, mais de 800 000 famílias, a tarifa social que outros

deixaram em cerca de 80 000.

Este ano também assistimos a uma descida das tarifas do gás natural entre 18 e 28% e à menor subida do

preço da eletricidade nos últimos 10 anos e, pela primeira vez, abaixo da taxa de inflação.

Aplausos do PS.

Estamos disponíveis para continuar esse caminho discutindo as aplicações do mercado livre e do mercado

regulado sempre na salvaguarda da defesa dos consumidores e dos princípios da concorrência, motivo que nos

leva a querer melhorar e trabalhar em comissão a proposta do PCP sobre esta matéria, que saudamos.

São apresentados hoje dois diplomas que têm a ver com a titularidade da central de despacho da REN, um

tema relevante que merece a maior atenção do Estado. A privatização da REN, feita pelo anterior Governo,

deixou o País limitado e condicionado.

Sublinho que, no contexto do Orçamento do Estado para 2017, foi aprovado o escrutínio público pela

Assembleia da República dos planos de investimento da REN. Essa proposta visa garantir uma maior

transparência do processo, que pode afetar a tarifa, devendo, contudo, salvaguardar os princípios da

solidariedade entre territórios e da aposta nas energias renováveis cruciais para o nosso País. As remunerações

desses investimentos devem ser objeto de debate.

Compreendemos a necessidade desta discussão e estamos de acordo com os seus princípios. Contudo, o

erro na forma como decorreu a privatização coloca enormes limitações contratuais e os custos para os

contribuintes portugueses e para o País não são totalmente mensuráveis. O processo de alienação da REN,

pelo anterior Governo, foi manifestamente um erro.

Nas últimas semanas temos assistido a uma grande discussão sobre os custos de manutenção de equilíbrio

contratual, os denominados CMEC. Os mesmos, e é bom que se recorde, foram criados em 2004 por um

Governo PSD/CDS. Já no Orçamento do Estado para 2017 foi previsto o seu ajustamento final, sendo esse

montante apurado pela entidade reguladora do sector, sim, porque também aqui o processo de privatização da

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