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8 DE JULHO DE 2017

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Na cultura, há um museu nacional fechado por falta de vigilantes.

Se no último ano vimos agravarem-se as funções do Estado, sociais e infraestruturais, nas últimas semanas

chegámos à primeira, à mais essencial de todas as funções do Estado, e vimos o Estado a falhar naquilo que

as pessoas mais esperam dele, que é a sua proteção e a sua segurança.

Um colapso do sistema de proteção civil resultou na maior tragédia humana, nos incêndios de Pedrógão

Grande.

Um colapso no sistema de defesa resultou num gravíssimo roubo de armas muito perigosas dos paióis do

Exército.

Senhores de toda a esquerda, não venham com a desculpa dos «governos anteriores». Bem sabemos que

andam a tentar provar a vossa nova lei da física: aconteça o que acontecer, quando acontecer, a culpa é sempre

do Governo anterior.

Aplausos do PSD.

Mas os senhores governam e governam há quase dois anos. Foi convosco que as cativações permanentes,

esses cortes, foram as mais elevadas de que há memória; foi convosco que o investimento público, nos serviços

públicos, teve a maior redução em democracia. Foi convosco e é da vossa responsabilidade.

Vozes do PS: — Está bem!…

O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Não é apenas «está bem»! O falhanço não é apenas dos cortes, é

também da vossa má gestão.

Sim, em funções como a segurança e a defesa, assistimos ao descontrolo, à degradação da autoridade, à

descoordenação, a comandos da proteção civil mudados a meses do início da época de combate aos incêndios

para, se calhar, satisfazer alguns amigos, a ministros desorientados e ao Primeiro-Ministro desaparecido.

Por outro lado, abdicam de 1 hora de trabalho no funcionamento dos serviços públicos e há até atrasos de

dezenas de milhões de euros nos pagamentos aos bombeiros, que ficam sem dinheiro, inclusive para pagar o

gasóleo.

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Exatamente!

O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Assistimos, na educação, à reversão e ao facilitismo, cortando, sim,

nos tempos de aulas, nas avaliações e na exigência.

Sim, é da vossa responsabilidade os cortes — o Estado falha e as pessoas sofrem. Isto está na Conta Geral

do Estado, Sr. Ministro das Finanças, foi publicado pela DGO.

O Sr. João Galamba (PS): — Aonde?

O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — São 1000 milhões de euros de cativações, dos quais 225 milhões de

euros nas funções sociais (44 milhões de euros na educação e 84 milhões na saúde), 300 milhões de euros nos

transportes e comunicações, 82 milhões de euros na defesa e 50 milhões de euros na segurança pública.

Sr. Ministro, pode abanar a cabeça, mas os números falam contra a sua propaganda.

Aplausos do PSD.

Não me venham dizer que, apesar das cativações, aumentaram a despesa pública naqueles serviços. Em

2016, a despesa total foi cortada na defesa em 20 milhões de euros e na segurança em 15 milhões de euros.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o tempo de que dispunha, peço-lhe que conclua.

O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.

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