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I SÉRIE — NÚMERO 14

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proteger ou, até, evacuar as povoações que poderiam estar em risco. A própria GNR não conhecia esse risco

e, por isso, temos de admitir, não terá sido encerrada a fatídica e trágica estrada nacional n.º 236-1 — que não

chegou a ser cortada. Falharam as comunicações e falhou, obviamente, qualquer tipo de evacuação. Tudo isto

falhou porque aqueles que tinham a obrigação de comandar esta operação, como já foi dito, não estavam à

altura da situação, não estavam preparados para ela, e as alterações de comando foram revelando isso mesmo.

Não vamos entrar em zonas ainda «sombra» de discussão entre os dois relatórios, designadamente nas

ocorrências concretas, que é importante que o País venha a conhecer, mas das quais não queria falar agora.

O CDS, nesta matéria, fez, em tempo oportuno, aquilo que tinha de ser feito. A conclusão óbvia de tudo isto

era a de que só poderia haver uma censura: a política, porque tudo isto tem relevância política. Fizemos o que

tínhamos de fazer e registámos aqui a forma como decorreu o debate e também que aqueles que agora não

querem falar do que aconteceu foram os mesmos que, na altura, ainda que criticando, estiveram ao lado e deram

cobertura política ao que aconteceu.

Mas, que fique claro, nós, CDS, o facto de censurarmos e de politicamente sermos críticos não significa,

como dissemos desde o primeiro dia desta Legislatura, que deixaremos de ter uma posição positiva e

construtiva.

Por nós, não seria este o Governo, mas, uma vez que este Governo conseguiu derrotar a moção de censura

e manter-se em funções, será com ele que é necessário olhar para estas matérias.

Neste momento, várias palavras nos ocorrem em relação a estas tragédias, a que se somou a tragédia dos

dias 14 e 15 de outubro: reparar, responder, reconstruir, reformar, recuperar e, por último, fazer isto tudo com,

e mais uma palavra começada por «r», rapidez.

A primeira prioridade é reparar e reconstruir. Garantir, como poderia ter sido feito logo, não fosse o Partido

Socialista ter chumbado a iniciativa, uma indemnização extrajudicial célere e rápida aos familiares das vítimas

desta tragédia.

A segunda, e consideramos uma proposta fundamental, é a criação de uma unidade de missão com

autonomia, ligada, obviamente, ao Governo e, até, ao Sr. Primeiro-Ministro, mas que tenha autonomia, com

sede no terreno. Uma unidade de missão que olhe para as pessoas, para o território, para as empresas e que

consiga, com força própria e sediada no terreno, facilitar, fazer chegar os meios e as verbas e ajudar a esta

prioridade da reconstrução. Propomos uma unidade liderada por uma personalidade regional ou nacional forte

que o possa fazer.

Depois, é preciso olhar para a saúde. Estivemos nestes últimos dois dias, e estaremos hoje outra vez, em

zonas afetadas por incêndios e sabemos que, além dos feridos e dos problemas de saúde física, há um stress

pós-traumático generalizado nas vítimas, que, por isso, precisam de apoio psicológico. É preciso que alguém

olhe para as vítimas, para os seus familiares, para as crianças e lhes dê o apoio indispensável.

Também são precisas, obviamente, medidas fiscais, nomeadamente a dedução no IRS de tudo o que seja

reconstrução. São precisos apoios para a recuperação dos setores produtivos, as indústrias, e algumas delas

estão completamente destruídas, e a agricultura. E, obviamente, toda esta matéria não poderá ser contabilizada,

de forma alguma, em termos de défice.

Pensamos, de resto, pelo que vimos e pelo que temos estado a ver, pela globalidade dos incêndios que

tivemos este verão, que os envelopes financeiros anunciados só pecam por ser escassos. Isto porque

encontrámos indústrias completamente destruídas, completamente arrasadas e qualquer reparação de uma

qualquer daquelas indústrias tem um valor de milhões. Portanto, tenhamos a noção de que há centenas de

empresas afetadas e zonas agrícolas inteiras completamente devastadas.

A prioridade é recuperar e olhar para as pessoas. Renascer das cinzas é a primeira das prioridades. Mas,

por outro lado, também é, obviamente, fazer um melhor ordenamento e gestão florestal, a pensar no futuro —

esta parte, para nós, é muito importante.

Devemos olhar para o território de outra forma. Devemos ter soluções que convoquem os proprietários a

unirem-se, a juntarem-se e a dar dimensão e escala para que o território possa ser melhor ordenado. Devemos

garantir a esses mesmos proprietários rendimento desde o ano zero, desde o primeiro ano desta iniciativa.

Devemos diversificar, obviamente, as várias espécies florestais, garantindo um maior equilíbrio e, assim, uma

maior eficácia na gestão e no ordenamento florestal.

Por último, temos propostas muito importantes, do nosso ponto de vista, para aquilo que falhou, e falhou

clamorosamente, na proteção. Neste aspeto, não podemos entrar numa discussão entre bombeiros profissionais

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