O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 DE FEVEREIRO DE 2018

19

Sr. Ministro, na área dos transportes, quero centrar-me na ferrovia. Os Verdes confrontam todos os governos

relativamente àquilo que consideram ser fundamental e fulcral para a vida das populações.

A ferrovia — e o Sr. Ministro, certamente, concordará — tem uma importância crucial no que diz respeito à

nossa estratégia para atacar as alterações climáticas, para descarbonizar a nossa sociedade e para estarmos

menos dependentes dos combustíveis fósseis. Portanto, tem aqui uma importância estratégica fundamental

naquilo que se refere a um desafio global que estamos a enfrentar. E tem também um outro papel fundamental,

que se prende com o combate às assimetrias regionais. A ferrovia é uma peça determinante na coesão territorial

e na ligação do nosso território.

Portanto estas duas componentes determinantes, que a ferrovia consegue dar como resposta, são mesmo

fulcrais e fundamentam toda a aposta que se deve fazer no setor ferroviário, invertendo, justamente, a lógica do

desinvestimento, do encerramento, para a lógica do investimento e do reforço da resposta que tem de ser dada.

É por isso, Sr. Ministro, que, a título de exemplo, consideramos fundamental a reposição do transporte

ferroviário diário que foi feita na linha do Leste. Os Verdes batalharam tanto para que isso fosse feito junto das

populações, tendo em conta as carências das populações. O Governo anterior tinha encerrado essa oferta às

populações e um dos grandes compromissos de Os Verdes foi repor essa ligação ferroviária diária, que era

determinante.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Mas, Sr. Ministro, não podemos ficar por aqui. Tendo em conta, como já referi, o papel determinante da

ferrovia na revitalização do interior do País, diga-me se não consideraria fundamental estudar, a breve prazo, a

hipótese da construção de um ramal que ligasse a linha ferroviária do Leste à zona industrial de Portalegre,

justamente para promover essa revitalização económica, de toda a estrutura económica dessa zona. Gostava

de saber se o Sr. Ministro não considera isso uma peça importante e também fundamental.

Falando ainda destas ligações, há uma que, na nossa perspetiva, é determinante: a ligação direta de Beja a

Lisboa. Gostava que o Sr. Ministro me atualizasse e atualizasse a Assembleia da República sobre que medidas

está o Governo, efetivamente, a tomar para que essa ligação direta seja feita. Quais são as medidas no terreno

e que prazos concretos estão a ser implementados? Sr. Ministro, as populações desesperam relativamente a

esta descoordenação do transporte ferroviário.

Por outro lado, Sr. Ministro, é preciso apontar também o dedo ao facto de as obras de requalificação que

estavam previstas no Ferrovia 2020 estarem muito abaixo daquilo que foi anunciado que estariam neste

momento. Portanto, Sr. Ministro, acho que é normal que oiça aqui falar da necessidade de acelerarmos estas

obras e estes investimentos.

Relativamente à ferrovia, há um ponto fulcral: estamos verdadeiramente em risco de reduzir, em breve, a

nossa oferta ferroviária. Sabe porquê, Sr. Ministro? É que o material circulante, por este País fora, está de tal

modo obsoleto que, não tarda nada, começam a avariar aqui, começam a avariar ali, começam a avariar acolá,

e a resposta ferroviária torna-se muito precária. Assim, a aquisição do material circulante é determinante, mas

ocorre que os procedimentos para aquisição desse material circulante estão bastante atrasados.

O Sr. Ministro tem de dar aqui, hoje, uma resposta relativamente a essa matéria, pois — e vou repetir —

estamos aqui a trabalhar para reforçar o transporte ferroviário e não para o tornar caduco, obsoleto e deixá-lo

degradar-se progressivamente. Temos de fazer esforços nesse sentido.

Por outro lado, e ainda a propósito da manutenção, temos de revitalizar a EMEF (Empresa de Manutenção

de Equipamento Ferroviário, S.A.) com um número de trabalhadores suficientes para que essa manutenção

possa, de facto, ser efetivada.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem agora a palavra, para formular pedidos de esclarecimento,

a Sr.ª Deputada Paula Santos.

Páginas Relacionadas
Página 0023:
16 DE FEVEREIRO DE 2018 23 Sr.ª Deputada Sara Madruga da Costa, vir para aqui falar
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 49 24 Real e Viseu já tiveram comboio, mas já não tê
Pág.Página 24