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I SÉRIE — NÚMERO 66

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responsabilidades. De facto, o senhor é Ministro desde há mais de dois anos, ainda que no dia-a-dia tenha

dificuldade em se afirmar face à sua subjugação às Finanças.

O que é que temos hoje, e já aqui foi dito mas não é demais voltar a lembrá-lo? Temos hospitais em falência

técnica. Aliás, foi o Sr. Ministro que aqui, nesta Casa, o admitiu, com o espartilho tenebroso imposto pela

centralização que impede a autonomia e a eficiência, eficiência que o senhor procura.

Temos tempos de espera inaceitáveis, do ponto de vista das consultas e das cirurgias.

Temos profissionais insuficientes e desgastados, que têm cumprido greves e anunciam novas greves, num

clima de conflituosidade que o senhor, a sua equipa, enfim, o Governo não tem sido capaz de resolver, com

prejuízos claros para os portugueses.

Temos desinvestimento no SNS, com dívidas que aumentam. Aliás, basta ver o boletim da execução

orçamental e o aumento da dívida dos hospitais EPE que, de janeiro para fevereiro, foi de 73 milhões de euros,

Sr. Ministro, o que nunca antes foi atingido!

Desde novembro, estamos a ver o Sr. Ministro — e foi aqui, nesta Casa, relembro-lhe, que o anunciou — a

dizer que vai fazer injeções de capital, que, aliás, não se concretizaram porque foram logo congeladas.

Portanto, o que estamos a ver é que o Sr. Ministro se arrisca a ficar conhecido como o Ministro que «empurra

com a barriga», como o Ministro que corre atrás do prejuízo, o Ministro que se esconde atrás dos grupos de

trabalho ou, mesmo, o Ministro que não conhece a realidade, porque o senhor vem aqui dizer que está tudo bem

e, pelos vistos, desvaloriza e ignora a realidade do litoral alentejano, onde há camas a fechar, a realidade do

distrito de Santarém, onde as grávidas não têm onde ir fazer ecografias, a realidade do hospital de Gaia, onde

os médicos dizem que não aguentam mais, ou a realidade do hospital de Setúbal… É tudo mentira, Sr. Ministro?

Está tudo bem? Que resposta tem para estas pessoas?

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Portanto, se há má gestão no Serviço Nacional de Saúde, como o

senhor reconheceu, insisto na pergunta que lhe faço: de quem é a primeira responsabilidade? Vai continuar a

dizer que é do passado? Passa um pano em branco sobre estes seus dois anos e pouco de governação?

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Atingiu o limite do seu tempo, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Que resultados espera obter o Sr. Ministro com mais uma unidade de missão? Com certeza, terá um bom

objetivo, mas não precisamos de mais grupos de trabalho. Só falta mesmo um grupo de trabalho para apoiar os

grupos de trabalho que o senhor vai criando.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Eles são tantos! Eles são tantos!

Portanto, não precisamos nem das manobras de contorcionismo do Bloco de Esquerda,…

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — … e do PCP, nem do apoio do lado do PS, que vem ignorar a

realidade, dizendo que está tudo bem. Precisamos de medidas concretas e é isso que queremos aqui, hoje,

ouvir.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra o Sr. Deputado João Dias, do PCP.

O Sr. João Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: O SNS

enfrenta problemas graves que têm de ser resolvidos e é preciso que fique claro que a determinação do PCP

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