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12 DE ABRIL DE 2018

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argumentos. Após esta tarde, ficamos sem perceber qual é a estratégia do Governo e qual é a posição do Partido

Socialista em relação a esta matéria.

Uma segunda conclusão a que chegamos no final deste debate é a de que o Bloco de Esquerda continua na

sua cómoda situação de ser ora Governo ora oposição.

Protestos da Deputada do BE Isabel Pires.

Quando as notícias são boas, o Bloco de Esquerda de imediato se apressa a dizer que o grande responsável

pelas mesmas é o próprio Bloco de Esquerda, e lá vai afixar mais um cartaz na Avenida da Liberdade!

Risos e aplausos do PSD.

Quando as notícias são menos boas, então o Bloco de Esquerda de imediato assume o papel de oposição,

afasta-se do Governo e, num exercício oportunista e populista, vem levantar a voz contra o Governo.

Nada mais oportunista, nada mais populista!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Diga isso aos pensionistas!

A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Srs. Deputados, não podem querer o melhor de dois mundos.

Assumam de que lado estão, o lado do Governo, e encontrem, em conjunto, uma solução séria, concertada e

capaz de ir ao encontro dos interesses dos portugueses.

O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — E a Sr.ª Deputada está de que lado?!

A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Não façam estes exercícios a fingir que estão de lados opostos,

quando, na verdade, estão do mesmo lado.

Exemplo disso, Srs. Deputados, são as propostas de alteração à legislação laboral que resultaram de um

acordo entre Governo e Bloco de Esquerda e foram apresentadas aos parceiros sociais.

Na verdade, os senhores, que se dizem tão preocupados com os trabalhadores mais velhos, são os mesmos

que não se preocupam em proteger esses mesmos trabalhadores nas alterações que propõem à legislação

laboral. Uma inexplicável contradição!

Em terceiro lugar, Srs. Deputados, podemos concluir deste debate que o Grupo Parlamentar do PSD tinha,

e continua a ter, razão na necessidade de uma análise atenta, séria, consistente e concertada sobre a matéria

da segurança social. Não rejeitamos, como nunca o fizemos, que a matéria em apreciação precisa de ser olhada,

de ser analisada, no sentido de se garantir que todos tenham pensões justas e adequadas, desde logo tendo

em conta a sua carreira contributiva.

Mas também entendemos, e continuamos a entender, que não podemos tentar resolver, hoje, uma situação

de forma isolada, com o risco de criar um problema maior no futuro. Srs. Deputados, não podemos legislar a

pensar no amanhã e esquecer o depois de amanhã.

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem!

A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Mas é isto que os senhores querem e é isto que prometem. Pensam

no imediato, sem uma estratégia global, sem uma estratégia concertada e, acima de tudo, sem garantias aos

portugueses de que aquilo que lhes prometem poderá vir a ser cumprido amanhã.

Por isso, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, mais uma vez, alertamos para a necessidade de uma reforma

da segurança social que seja capaz de dar resposta ao desafio que se coloca à nossa sociedade, a de adequar

o sistema de pensões à nossa realidade demográfica, económica e financeira, garantindo a sua sustentabilidade

financeira e social, ou seja, um sistema de pensões que tenha garantias de pagamento presente e futuro.

Srs. Deputados, tal como aqui hoje já foi referido pelo Grupo Parlamentar do PSD, nesta reforma devem ser

considerados inúmeros aspetos, entre eles a longa carreira contributiva e os níveis de penosidade e de desgaste

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