O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

5 DE MAIO DE 2018

69

vida com o de cujus (um sobrinho, por exemplo, ou na ausência de parentes sucessíveis, o Estado). A mitigação

deste regime através da possibilidade de liberalidades até ao valor máximo da legítima ou o direito a prestação

de alimentos por conta da herança será sempre condicionada à capacidade da massa patrimonial da herança,

pelo que não será de grande valia para o(a) viúvo (a) se esta for diminuta e, como tantas vezes sucede, apenas

composta pela casa de morada de família. Tal situação traduzir-se-á numa inaceitável injustiça, que atingirá

mais fortemente as mulheres, que, infelizmente, continuam a ser economicamente mais dependentes, até devido

ao seu ainda persistente e predominante papel de cuidadoras.

Tendo em consideração o exposto, os Deputados abaixo assinados só podiam, em consciência, votar contra

o projeto de lei n.º 781/XIII (3.ª), esperando que uma análise mais profunda do mesmo em sede de especialidade

encontre soluções mais ponderadas dos interesses em jogo.

Os Deputados do PS, Constança Urbano de Sousa — Bacelar de Vasconcelos.

———

Relativas ao projeto de lei n.º 565/XIII (2.ª):

O projeto de lei do CDS tem como único propósito passar a mensagem de que a discussão em curso sobre

a morte assistida e que terá lugar neste Parlamento laico caducou. Trata-se de «contrapor» os cuidados

paliativos necessários e de boa qualidade a qualquer outra escolha, como se de uma alternativa se tratasse.

O preâmbulo do diploma encerra uma visão da sociedade que não tem cabimento no século XXI, que não

encontra conforto na nossa Constituição, felizmente avessa a paternalismos e que por isso não admite

supremacias morais e desconfianças estaduais relativamente às escolhas pessoais e necessariamente plurais

de cada ser humano.

No referido preâmbulo, o CDS insiste numa leitura absolutista dos valores constitucionais, esquecendo que

a dignidade da pessoa humana, sobretudo na vertente da sua autonomia, bem como o direito ao livre

desenvolvimento da personalidade, habilitam o legislador a encontrar soluções para aqueles que somos em

cada momento e não, como propõe o CDS, para aqueles que deveríamos ser, numa espécie de construção de

modelo comportamental único, de cidadão-tipo.

A moral do CDS, disfarçada num projeto de lei que se limita a sistematizar direitos já existentes na lei —

como foi confirmado nas audições havidas no grupo de trabalho que se dedicou ao diploma — está vertida no

preâmbulo que é a apologia preventiva da recusa de um reduto insubstituível da dignidade autónoma de cada

pessoa, um preâmbulo que antecipa a trincheira dos bons e dos maus.

Assim, antes de haver o debate que o CDS quer dar por findo, o maniqueísmo está traçado, está delineado

numa leitura expropriativa da Lei Fundamental.

É este o objetivo do projeto de lei inócuo.

Se a intenção do CDS está clarificada, é bom que seja também clarificado o que resulta, em termos práticos,

deste diploma: uma mera compilação do que já consta de diversos diplomas. Não há direitos novos atribuídos

aos doentes em final de vida.

O Grupo Parlamentar do PS não acompanha positivamente projetos de lei não inovadores. A mera

sistematização de direitos já existentes justifica a opção pela abstenção.

O Grupo Parlamentar do PS.

——

O Bloco de Esquerda absteve-se no projeto de lei n.º 565/XIII (2.ª), apresentado pelo CDS-PP, por três razões

principais:

1 — O projeto é redundante, uma vez que os direitos que pretensamente pretende garantir já existem e estão

assegurados, quer pela lei, quer pela prática e normas que regulam as profissões da área da saúde;

2 — O objetivo político deste projeto é, na verdade, criar obstáculos, ruído e confusão na discussão sobre a

morte assistida;

Páginas Relacionadas
Página 0023:
5 DE MAIO DE 2018 23 O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, termino dizend
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 81 24 Uma mulher com idade inferior a 65 anos recebe
Pág.Página 24
Página 0025:
5 DE MAIO DE 2018 25 Com a nossa proposta, revogamos uma lei injusta, desequilibrad
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 81 26 Isto dito… Aplausos de Deputados
Pág.Página 26
Página 0027:
5 DE MAIO DE 2018 27 imobiliário hoje assiste. É necessária uma profunda alteração
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 81 28 A verdade é que desde que esta lei entrou em v
Pág.Página 28
Página 0029:
5 DE MAIO DE 2018 29 Mas há problemas no mercado de habitação cuja resposta precisa
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 81 30 habitação que acode apenas aos mais necessitad
Pág.Página 30
Página 0031:
5 DE MAIO DE 2018 31 A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Sr. Presidente, Srs. M
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 81 32 A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Não va
Pág.Página 32
Página 0033:
5 DE MAIO DE 2018 33 para o mercado de rendas acessíveis — como veio agora propor o
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 81 34 O Sr. Álvaro Castello-Branco (CDS-PP): — Nós q
Pág.Página 34
Página 0035:
5 DE MAIO DE 2018 35 Aconselho-a vivamente a ver essa entrevista, porque esse é um
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 81 36 Também por tudo isto, passados mais de 40 anos
Pág.Página 36
Página 0037:
5 DE MAIO DE 2018 37 O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro,
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 81 38 O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Mas, Sr.ª Dep
Pág.Página 38
Página 0039:
5 DE MAIO DE 2018 39 A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — É exatamente o contrário! Est
Pág.Página 39
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 81 40 A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Vai dificu
Pág.Página 40
Página 0041:
5 DE MAIO DE 2018 41 Por isso, não estamos a falar de pressas, estamos a falar de u
Pág.Página 41