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I SÉRIE — NÚMERO 84

8

O trabalho vai-se fazendo com sentido de Estado e não será por mais ou menos gritaria e por mais ou menos

exaltação — daqueles que, na sua má memória, veem, de facto, o seu grande enervamento — que deixaremos

de prosseguir, respeitando os trabalhadores da saúde, respeitando o SNS, num quadro de estabilidade do

Estado e das contas públicas.

Aplausos do PS.

Protestos de Deputados do PSD.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Moisés Ferreira, do Bloco de

Esquerda.

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Terminou

ontem, à meia-noite, um período de três dias de greve dos médicos,…

O Sr. António Topa (PSD): — Greve?!…

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — … em março houve greve dos enfermeiros e há novos protestos marcados

para maio.

No início de maio estiveram em greve os assistentes operacionais e há já também greve marcada para os

dias 24 e 25, por parte dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica.

O que têm todas estas greves em comum? O que une todos estes profissionais? Estão contra o Sr. Ministro

da Saúde e dizem que a política que está a ser seguida é claramente insuficiente.

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — São casos de política!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — São uns ingratos!

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Os profissionais acusam-no de fazer das negociações um simulacro, de não

as levar até ao fim ou de as romper unilateralmente. Acusam-no, Sr. Ministro, de se comprometer e de não

cumprir, acusam-no de não investir e de não contratar os profissionais de que o Serviço Nacional de Saúde

precisa. E sabe que mais? Os profissionais têm razão! Têm razão nas suas greves e nas suas reivindicações;

têm razão quando exigem mais profissionais para os hospitais e centros de saúde;…

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Não parece!

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — … têm razão quando dizem que não pode haver atrasos nos concursos; têm

razão quando exigem carreiras; têm razão quando defendem os utentes.

Quem não tem razão é o Sr. Ministro, porque continua a negar aos técnicos superiores de diagnóstico e

terapêutica a transição para uma carreira digna, porque continua a protelar as negociações com os enfermeiros

e a não contratar os enfermeiros necessários, porque continua a promover a indiferenciação médica e porque

continua a dizer que é todo Centeno, quando ser Centeno é ser contrário ao Serviço Nacional de Saúde.

Não basta dizer que se concorda com as reivindicações dos profissionais e depois chutar para canto e dizer

que, afinal, não tem recursos, até porque não é verdade, Sr. Ministro. Então, e os 800 milhões de euros que o

Sr. Ministro e o Governo decidiram desbaratar em 0,4 pontos percentuais do défice, quando poderiam investir

no Serviço Nacional de Saúde?!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Bem lembrado!

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — E os mais de 100 milhões de euros gastos em empresas e tarefeiros no SNS,

quando poderia estar a contratar?! E as centenas de milhões que canaliza para negócios privados da saúde,

que continua a alimentar?!

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