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I SÉRIE — NÚMERO 65

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Por outro lado, há a questão das soluções concretas que são apontadas para alcançar os objetivos

proclamados e que, à partida, merecerão consenso. Dois exemplos concretos, que, aliás, referi na intervenção:

a questão do valor acrescentado nacional, dito dessa forma, o problema da componente importada das nossas

exportações e as medidas necessárias para fazer face a esse problema e — na intervenção o Sr. Ministro

também deu nota disso — o investimento direto estrangeiro voltado efetivamente para a criação de riqueza e

não para aplicações financeiras ou do imobiliário. O Governo estabeleceu esses objetivos que temos vindo a

salientar ao longo dos anos. O problema é o que fazer, qual a ação concreta para alcançar esses objetivos.

É sobre isto que gostávamos de o ouvir.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Leite Ramos, do Grupo

Parlamentar do PSD.

O Sr. Luís Leite Ramos (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares,

Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro, confesso que até estava com alguma curiosidade e vinha preparado para

cumprimentar e questionar o Sr. Ministro da Economia. Na verdade, acho que, num debate sobre

internacionalização da economia e uma vez que não tivemos possibilidade nem oportunidade de ter cá o Sr.

Ministro nos outros dois debates que fizemos nas últimas semanas, pensei que era hoje que, finalmente, iríamos

ouvir o Ministro da Economia.

Infelizmente, o Sr. Ministro da Economia não veio, o que só pode significar uma de duas coisas: ou o Ministro

da Economia não conta para a política económica deste Governo ou a economia não conta mesmo para este

Governo.

Em qualquer dos casos, qualquer que seja a resposta, convenhamos que nenhuma destas alternativas é a

melhor forma de tratar dos problemas do País e, sobretudo, de tratar dos problemas das empresas e dos

empresários portugueses, aqueles que desde 2011 têm prosseguido um caminho de grande esforço, de grande

trabalho para reerguer este País à beira do abismo, devido a um Governo ao qual V. Ex.ª, Sr. Ministro, pertenceu

e que, muitas vezes, tanto o Sr. Ministro como os Srs. Deputados do Partido Socialista se esquecem disso.

Bem sei que talvez esse seja o velho PS, mas, permita-me agora a boutade, esse velho PS não será muito

diferente do novo PS. Ou será, Sr. Ministro? O senhor esteve nesse Governo e está no Governo atual e, portanto,

naturalmente que este Governo tem a obrigação de não perder a memória de como deixou o País e de pensar

naquilo que é importante fazer para recuperar e resolver os problemas do País.

Protestos do PS.

Sr. Ministro, o abrandamento da economia é um dos dados factuais, concretos, que nos apareceu nos últimos

dados estatísticos a que tivemos acesso. Grande parte deste abrandamento está associado àqueles mercados

em que, como já disse o Sr. Deputado do Partido Socialista, só 25% é que são mercados fora da União Europeia

e esses mercados são o principal fator de abrandamento da economia. Ou seja, o contributo que tiveram no

passado foi positivo, mas neste momento são um problema para a economia portuguesa.

A minha primeira pergunta é muito simples, Sr. Ministro: o que está a pensar fazer o Governo para, de alguma

forma, recuperar esse terreno e ajudar as empresas a conquistar esses mercados?

Uma segunda questão tem a ver com o Brexit. O Partido Social Democrata já propôs, nesta Câmara e,

sobretudo, em Comissão, que fosse realizado um estudo, a exemplo do que aconteceu em Espanha, cujo

Governo não só realizou esse estudo como lançou várias iniciativas para poder concretizar e, de alguma forma,

ajudar e acomodar esse impacto. Pergunto: o que é que o Governo está a fazer? O que é que o Governo vai

fazer? Com o que é que as empresas portuguesas e os empresários podem contar da parte do Governo nesta

matéria?

Aplausos do PSD.

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