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5 DE JULHO DE 2018

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Portanto, esta é a verdadeira solução que têm para os mais diversos setores com os quais os cidadãos se

vão confrontando, e hoje é a vez, em concreto, da organização do nosso território. Ou seja, cria-se uma comissão

e lavam-se consciências. Será assim, Sr.as e Srs. Deputados? Empurram-se as soluções dos problemas para a

frente?

Nós consideramos que não são apresentadas soluções efetivas e que o PSD é incapaz de encontrar essas

soluções concretas e de as propor à Assembleia da República. Tal não é estranho, contudo, porque nós

conhecemos a atividade governativa e as opções governativas do PSD e do CDS.

Sr.as e Srs. Deputados, será porventura justo, muito justo, relembrar que os senhores contribuíram com toda

a força que tinham para a desvalorização do nosso território, designadamente, do interior do País. Com certeza,

Os Verdes não vão ter necessidade de lembrar a toda a gente — mas vamos fazê-lo, de qualquer forma — o

papel que tiveram relativamente, por exemplo, ao encerramento de serviços públicos fundamentais, quer na

área da educação, quer na área da saúde, e como esvaziaram o interior do País destes serviços fundamentais

à vida das populações.

Poderíamos também falar de outro serviço público essencial, ao qual os senhores se agarraram para destruir,

designadamente no interior do País, e estou a falar de transportes — tanto no Douro, como no Alentejo

encontramos vários exemplos que poderiam ser dados. Talvez vos deva lembrar, concretamente, a forma como

encerraram o serviço de passageiros na Linha do Leste — nós, Os Verdes, tivemos de trabalhar nesta

Legislatura afincadamente para que fosse possível repor esse serviço às populações — e o que daí resultou

para a economia da região, designadamente para o ensino superior da região, e de como a liquidação dos

transportes consegue esvaziar depois todo um conjunto de atividades ao seu redor.

O Sr. JoãoOliveira (PCP): — Bem lembrado!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Os senhores contribuíram para que isso acontecesse e vêm hoje

aqui fazer o quê? Lavar consciências? Ainda por cima, Sr.as e Srs. Deputados, sem propostas concretas! E nem

vamos falar da liquidação da atividade produtiva no interior do País, designadamente na área agrícola, para a

qual os senhores bem contribuíram.

Este é o quadro de base e, por isso, Sr.as e Srs. Deputados, e em particular Sr.as e Srs. Deputados do PS, é

grave que os senhores, quando pensam na descentralização e na relevância da descentralização, decidam fazer

um acordo com o PSD, que tem este historial. E é grave, de facto, que considerem que o PSD dará um bom

parceiro para materializar uma lógica de descentralização — daí não virão, certamente, boas soluções.

Qual é o grande receio de Os Verdes sobre as vossas propostas em matéria de descentralização? Nós, por

princípio, evidentemente, somos a favor da descentralização, mas, quando se quer desresponsabilizar o Estado

e passar o ónus dos problemas para as autarquias, lamento, isso não é respeitar as autarquias, isso é tramar,

se me permitem a expressão, tramar as próprias autarquias! Isto é grave, já que há determinadas funções tão

importantes, funções do Estado, como a educação ou a saúde, onde é determinante haver uma política nacional

forte e não 308 políticas de educação ou de saúde no nosso País!

Além do mais, a nossa experiência em matéria de descentralização protagonizada por governos do PS e do

PSD diz-nos que se passam as competências, mas não se passam os correspondentes meios financeiros para

que as autarquias possam atuar. Portanto, este é o historial que nós conhecemos e nada nos diz que será

diferente.

Mas o que é que os senhores propõem em termos, por exemplo, de um comando constitucional, que é a

regionalização? Nada! Não propõem absolutamente nada! Esse patamar fundamental entre o Estado central e

as autarquias…

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr.ª Deputada, tem de terminar.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Sr.as e Srs. Deputados do PS, e relativamente à reposição das freguesias, àquela asneira brutal que o

Governo do PSD e do CDS fez? Nada! Também se silenciam relativamente a esta matéria.

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