O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 107

104

Neste sentido, votei contra a proposta de lei n.º 131/XIII (3.ª), que altera a Lei de Finanças Locais, votei

favoravelmente a assunção pelo Plenário das votações realizadas na COFMA (pois votei precisamente de

acordo com o expresso nesta declaração de voto, logo o Plenário assumiu a minha votação em especialidade)

e votei contra a votação final global desta Lei.

Deputado do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, Paulo Trigo Pereira.

———

Relativa ao texto de substituição, apresentado pela Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território,

Descentralização, Poder Local e Habitação, sobre a proposta de lei n.º 62/XIII (2.ª) e o projeto de lei n.º 383/XIII

(2.ª), bem como sobre a proposta de lei n.º 131/XIII (3.ª):

Portugal é um país demasiado centralizado, que precisa de avançar muito e decisivamente na

descentralização para autarquias locais.

O PSD esteve bem em propor iniciativas de descentralização, bem como em se dispor para construir, com o

Governo, compromissos para uma reforma. O PSD fê-lo agora, como na primeira parte da Legislatura. Uma

efetiva reforma estrutural de descentralização, de que o País muito precisa, poderia ganhar em legitimidade,

qualidade e durabilidade se assente em compromissos pluripartidários largamente maioritários.

Foi o PSD — e bem — que, na atual Legislatura, teve a iniciativa de apresentar propostas ambiciosas de

descentralização. Deu, assim, sequência às suas ações no anterior Governo, em que realizou uma efetiva

descentralização nas áreas da educação, da cultura, da saúde e dos transportes para municípios e entidades

intermunicipais.

Aquelas condições de apoio político alargado, esta experiência recente e o forte processo de equilíbrio das

contas públicas nacionais e locais verificado desde 2012 constituíam uma excelente oportunidade para se

conceber e implementar uma efetiva reforma estrutural de descentralização.

Nestes meses, pude testemunhar como o PSD se empenhou em contribuir para que o País aproveitasse

esta oportunidade.

Infelizmente, parece-me que, por falta de visão, vontade e capacidade do atual Governo, esta é afinal uma

oportunidade perdida.

Votando as propostas de lei-quadro de transferência de competências e de revisão da Lei das Finanças

Locais, a Assembleia da República conclui o essencial da sua intervenção no «processo de descentralização»

alegadamente em curso. Mas o que o Parlamento aprovou não é particularmente inspirador, sobretudo porque

muda e melhora efetivamente muito pouco na organização do Estado e no serviço às pessoas; e ainda porque

contém alguns riscos relevantes, e outros tantos erros.

Em primeiro lugar, a lei-quadro aprovada em si não muda nada, porque quaisquer transferências de

competências ficam dependentes de novos atos legislativos, a aprovar mais tarde. Na verdade, esta lei-quadro

é até desnecessária, porque a Lei n.º 75/2013 bastava para o mesmo efeito. Depois, porque, no elenco de novas

competências a transferir-mais-tarde (emagrecido face às propostas iniciais), encontramos essencialmente

competências auxiliares (designadamente, fazer a manutenção e a limpeza de edificado e equipamentos,

disponibilizar pessoal auxiliar administrativo e apoio logístico). Mas não encontramos uma transferência da

efetiva responsabilidade de gestão dos principais serviços públicos em causa.

Não será surpreendente a frustração dos cidadãos que, depois de ouvirem da alegada «descentralização

nos cuidados de saúde primários e no ensino básico e secundário» e ao interpelarem a respetiva câmara

municipal sobre a oferta ou condições de funcionamento daqueles serviços, receberão como resposta que o

município não gere ou organiza o serviço, não decide a oferta, mas somente disponibiliza à escola ou ao ACES

alguns serviços auxiliares ou de apoio como obras, limpeza, pessoal administrativo ou transportes. Mesmo se

aprovados e completamente executados os futuros decretos-leis que transferirão aquelas competências

referidas na lei-quadro, a organização do Estado, os serviços aos cidadãos e as vidas das pessoas não ficarão

sensivelmente melhor.

Páginas Relacionadas
Página 0027:
19 DE JULHO DE 2018 27 O Sr. Pedro Filipe Soares (BE) — Da nossa parte, cons
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 107 28 Sobre esta matéria, já foi discutida neste Pl
Pág.Página 28
Página 0029:
19 DE JULHO DE 2018 29 Atendendo a estas denúncias, apresentamos hoje cinco projeto
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 107 30 Ainda na sequência desta questão, Os Verdes a
Pág.Página 30
Página 0031:
19 DE JULHO DE 2018 31 Aplausos do PCP. Entretanto, assumiu a
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 107 32 O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — P
Pág.Página 32
Página 0033:
19 DE JULHO DE 2018 33 Na história da democracia, nunca houve tantas queixas sobre
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 107 34 O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — S
Pág.Página 34