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6 DE OUTUBRO DE 2018

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O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, a sua intervenção não suscitou qualquer pedido

de esclarecimento, pelo que passo de imediato a palavra ao Sr. Deputado Santinho Pacheco, para uma

intervenção.

O Sr. Santinho Pacheco (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PSD vem hoje a esta Câmara

questionar sobre a qualidade dos serviços públicos existentes e o seu colapso. Está tudo mal, concluiu, e daí

tantas greves e paralisações. Está instalado um verdadeiro caos.

Quem ouviu o Sr. Deputado Pedro do Ó Ramos deve interrogar-se por onde andava nos anos 2011 a 2015

para ter a ousadia de nos vir falar assim. Um pouco de humildade e melhor memória só ficava bem ao PSD!

O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — Nós temos memória!

O Sr. Santinho Pacheco (PS): — O PSD devia saber interpretar os resultados das eleições autárquicas,

sobre as quais passou agora um ano, a meio de uma Legislatura. Enquanto o PS obteve uma vitória histórica,

o PSD não só perdeu inúmeras câmaras e freguesias, algumas que governava desde 1976, como perdeu as

suas posições nos distritos do interior onde sempre foi maioritário.

O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — E quem é que ganhou, em 2015, as eleições legislativas?!

O Sr. Santinho Pacheco (PS): — Tudo isto aconteceu porquê? A resposta é simples: o PSD abandona,

maltrata e esquece os territórios de baixa densidade e os cidadãos deram-lhe a paga.

Na introdução que o Sr. Deputado Pedro do Ó Ramos fez deste debate falou de tudo, mas nem uma palavra

teve sobre o interior. As políticas neoliberais que com o CDS levou a cabo no Governo de Passos Coelho e

Paulo Portas não respondem aos problemas desses territórios envelhecidos, desses territórios despovoados do

interior raiano, não são solução para as suas carências.

A saber: a extinção dos governos civis só serviu para tirar peso político e capacidade reivindicativa aos

distritos mais periféricos — todos o reconhecem; juntas extintas a régua e esquadro e sem critério deixaram as

populações ainda mais desprotegidas, entregues a si próprias, sem ninguém a quem recorrer; acabaram com a

discriminação positiva para as empresas; extinguiram tribunais; serviços regionais centralizados no litoral;

empresas no papel, a fingir deslocalizações; os CTT foram privatizados sem cuidar por um serviço postal

universal; descapitalizaram a Caixa Geral de Depósitos com o objetivo de a vender a privados; optaram por uma

saúde sem SNS e por uma segurança social menos pública e mais das seguradoras.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, queria pedir-lhe o favor de terminar.

O Sr. Santinho Pacheco (PS): — Termino já, Sr. Presidente.

Vêm falar-nos da qualidade dos serviços públicos. Hoje podemos dizer que temos um Governo que faz da

valorização do interior uma prioridade governativa e da coesão territorial um verdadeiro desígnio nacional, ao

devolver ao interior serviços públicos de qualidade e de proximidade para um Estado mais próximo do cidadão.

O nosso interior foi olhado à distância durante demasiado tempo; foi olhado, mas nunca visto. Na senda de

Saramago, se hoje, finalmente, o podemos ver, vamos então nele reparar de verdade.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Srs. Deputados, a Mesa não regista mais inscrições. Não sei se

algum dos grupos parlamentares o pretende fazer…

Pausa.

Não havendo inscrições, passamos, então, à intervenção de encerramento, que cabe ao Sr. Deputado

Cristóvão Ribeiro, do Partido Social Democrata.

Tem a palavra, Sr. Deputado.

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