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1 DE FEVEREIRO DE 2019

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Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, as doenças oncológicas têm registado um aumento significativo entre a

população portuguesa, crescendo a uma taxa constante de 3% ao ano e sendo já a segunda causa de morte no

nosso País.

Se o aumento da incidência do cancro resulta fundamentalmente do progressivo envelhecimento da

população, as suas principais causas podem ser encontradas em fatores como a predisposição genética, mas

também noutros que têm a ver fundamentalmente com estilos de vida e comportamentos de risco, alguns dos

quais com significativo impacto na incidência de cancro, como sucede especialmente com o consumo de tabaco.

Certo é que as formas de tratamento das doenças oncológicas têm sofrido uma assinalável evolução nas

últimas décadas, sendo crescente o aumento da taxa de sucesso no tratamento dessas patologias.

Ora, é toda esta realidade que nos faz comungar do propósito que inspirou esta petição e que nos leva a

defender a necessidade da mudança do paradigma na luta contra o cancro, em que a fatalidade deve dar cada

vez mais lugar à esperança.

Por isso, associamo-nos também àquilo que aqui foi dito pelos Grupos Parlamentares do PS e do BE.

Efetivamente, também o PSD está disponível para abraçar esta petição e esta solução do IPO do Porto.

Mas, para isso, mais do que criar estes dias, é preciso apostar na prevenção e no diagnóstico precoce,

modificando estilos de vida e aumentando os rastreios oncológicos, com o objetivo de se reduzir a mortalidade

associada a tumores previsíveis.

Mas, para isso, importa também atuar sobre o tratamento das doenças oncológicas, em especial garantindo

a equidade e a acessibilidade dos cidadãos principalmente à inovação terapêutica relevante.

Dito isto, não pode deixar de se reconhecer o esforço que o Serviço Nacional de Saúde tem realizado na

procura das melhores respostas às necessidades dos doentes com patologias oncológicas, saudando, em

particular, a abnegação e a elevada competência dos profissionais de saúde que se dedicam a estes doentes.

Neste contexto, a criação de um Dia Nacional da Esperança poderá favorecer a consciencialização nacional

acerca da realidade social que envolve as doenças oncológicas.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Vales (PSD): — Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, não posso terminar sem deixar uma palavra

às associações de doentes, aos nossos IPO, aos nossos hospitais e aos seus profissionais, que todos os dias

dão o seu melhor em prol de todos aqueles que sofrem de doença oncológica, porque são estes profissionais

que permitem aos nossos doentes acordarem todos os dias com esperança e com redobrada vontade de vencer.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Dias, do PCP.

O Sr. João Dias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero começar por saudar e felicitar os quase

7000 peticionários que assinaram esta petição e a trouxeram a esta Casa, bem como o Instituto de Oncologia

do Porto, que tomou a iniciativa. Quero ainda felicitar o Instituto e todos os seus profissionais pelo trabalho que

todos os dias desenvolvem com os doentes, com os seus familiares e cuidadores. É o trabalho que desenvolvem

que permite incrementar a esperança dos doentes, a esperança revelada na preocupação dos cuidadores e dos

profissionais de saúde com o doente oncológico.

A esperança representa, acima de tudo, a certeza de que o progresso científico é o caminho que permitirá

encontrar tratamentos para o cancro cada vez mais inovadores, mais eficazes e com mais sucesso.

É que não existe outro caminho para se descobrirem novos medicamentos ou novas opções de tratamento,

mas importa que esses medicamentos sejam efetivos, e só com o conhecimento poderemos fazê-lo.

Mas, para que não se perca a esperança, é importante não só criar o Dia Nacional da Esperança, mas fazer

desse dia uma necessidade de intervenção diária. Uma necessidade de intervenção diária pela importância do

desenvolvimento não só de estudos de novos medicamentos, mas também de novos procedimentos cirúrgicos,

de novas técnicas e, particularmente, de novos estudos de prevenção de uma doença que não acontece só aos

outros.

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