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8 DE FEVEREIRO DE 2019

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a memória dos três membros do Congresso da República Portuguesa mortos em consequência de combates

na Grande Guerra de 1914-1918.

Para apresentar esta iniciativa em nome do seu grupo parlamentar, tem a palavra o Sr. Deputado Marcos

Perestrello.

O Sr. Marcos Perestrello (PS): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Vem o Partido

Socialista propor à Assembleia da República a consagração da memória de três parlamentares mortos na

Grande Guerra de 1914-1918. A saber: João Francisco de Sousa, capitão de infantaria, senador da República

eleito em 1915 pelo círculo de Ponta Delgada, morto no sul de Angola, no combate da Môngua a 19 de agosto

de 1915; José Afonso Palla, major de artilharia, herói do 5 de Outubro de 1910, Deputado à Assembleia Nacional

Constituinte em 1911 e reeleito Deputado em 1915 por Lisboa, falecido a 8 de setembro de 1915 em

consequência de ferimentos recebidos no combate da Môngua; e José Botelho de Carvalho Araújo, primeiro-

tenente da Marinha Portuguesa, Deputado à Assembleia Nacional Constituinte e reeleito Deputado ao

Congresso da República em 1915, que, como comandante do caça-minas navio da República Portuguesa

Augusto de Castilho, sacrificou a vida no combate com um submarino alemão para proteger o vapor São Miguel,

em 14 de outubro de 1918.

Sr. Presidente, é nos momentos mais gloriosos e muitas vezes nos mais trágicos da sua história que os

povos buscam a inspiração para, mesmo na dificuldade, encontrar a sabedoria necessária para evoluir no

caminho do progresso social, económico e humano.

Para uns e para outros desses momentos é fundamental olhar e sobre eles refletir com a mesma atenção,

pois se aos primeiros vão os povos buscar inspiração, nos segundos devem ser capazes de identificar os sinais

que muitas vezes se repetem e já os levaram ao horror.

Assim, devemos olhar para a Grande Guerra e, no final das evocações do seu centenário, com espírito crítico

e atento, sermos capazes de identificar alguns sinais que se repetem na Europa, 100 anos passados.

Após a Grande Guerra, os problemas sociais e económicos agravaram-se, os movimentos políticos

totalitários alastraram pela Europa como manchas de óleo e a democracia passou a ser vista como coisa do

passado e incapaz de responder aos problemas da modernidade.

O fim não poderia ter sido diferente do que foi e, 20 anos depois, o mundo estava novamente em guerra.

Aprendidas as lições, após a Segunda Guerra, aqueles países que afirmaram a democracia e construíram a

Comunidade Europeia conseguiram a prosperidade e garantiram a paz.

Nos nossos dias, o poder político democrático, muitas vezes submetido à supremacia da economia e da

finança e vítima de fragilidades internas, revela, algumas vezes, dificuldade em encontrar soluções para muitos

dos problemas das pessoas. Como então, crescem hoje no ocidente forças nacionalistas, xenófobas, racistas,

que prometem a cada comunidade a segurança que as democracias parecem ter dificuldade em garantir.

Como condição de paz e progresso, é nossa obrigação combater estas miragens.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Marcos Perestrello (PS): — Termino, com certeza, Sr. Presidente.

Ao homenagear estes três parlamentares combatentes, lembramos o passado, denunciamos a mentira e as

falsas ilusões dos totalitarismos e deixamo-nos inspirar pela abnegação, índole intrépida e espírito de sacrifício

de João Francisco Sousa, José Afonso Palla e José Botelho de Carvalho Araújo.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção tem a palavra o Sr. Deputado João

Vasconcelos, do Bloco de Esquerda.

O Sr. João Vasconcelos (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O projeto de resolução que o PS

apresenta com a finalidade de consagrar a memória de três congressistas da I República mortos na Grande

Guerra insere-se na afirmação da memória coletiva do País, no quadro dos maiores acontecimentos da história

contemporânea portuguesa.

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