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I SÉRIE — NÚMERO 54

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Aplausos do PS.

A oposição voltou, com esta moção de censura, à casa de partida, onde as direitas só têm hoje como ponto

de encontro os casos e os momentos em que dizem «Não».

Mas o que agita os partidos parlamentares das direitas? O que leva o CDS a levantar a crista…

Risos do PS.

… e a apresentar esta moção de censura? E o PSD, rasteirado e desnorteado, a servir-lhe de palmilha, como

um partido amordaçado? Nenhuma revolução cognitiva! Nenhum efeito prático! Só a voracidade de um e a

desorientação de outro — um CDS que ainda não percebeu onde não pode chegar e um PSD que ainda não

percebeu se com aquele se pode aliar.

Aplausos do PS.

Com tanto para pensarmos como melhor poderíamos servir o nosso País, tivemos de estar aqui, neste

debate, para assistir a mais um episódio das guerras de influências entre os partidos das direitas.

O CDS e o PSD, que estiveram no passado em aliança, têm agora em comum a inquietude pelas previsões

da votação que percebem que não lhes chega. Por outro lado, sobressaltados pelas ameaças dos partidos

emergentes no território em que reacendem a sua disputa, já não disfarçam o incómodo pela intrusão.

Como numa sala às escuras, onde mais do que um pretende sentar-se no mesmo lugar, coube ao PSD o

papel menos prestigioso: depois de admoestado pelo Deputado Nuno Melo, o PSD acabou por contrariar o

Deputado Rangel, que dizia que o PSD não iria atrás de iniciativas como a do CDS, que qualificou como partido

de protesto.

Na verdade, porém, esta é uma moção de censura do CDS ao PSD. Só o facto de não haver essa figura

regimental é que a torna uma moção de censura ao Governo. E o que é cómico é que o PSD vai votar a favor.

Aplausos do PS.

De permeio, ficaram justificações mancas: a crítica ao Governo pelo número de greves, esquecendo que se

satisfizéssemos tudo o que nos é pedido seriam necessários muitos milhares de milhões de euros que o País

não tem; a crítica ao Governo por falta de obras públicas, quando ainda há pouco se queixavam da tendência

da esquerda para obras excessivas; a crítica ao Governo contra as cativações e a contenção orçamental, quando

logo no inicio da Legislatura pressagiavam o diabo da bancarrota. E até a crítica ao Governo por já ter feito seis

mudanças na sua composição, esquecendo-se que no governo CDS/PSD as remodelações foram nove.

A este último respeito, aliás, saudamos o Primeiro-Ministro pela forma como tem convocado para a atividade

governativa uma nova geração,…

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — São todos do mesmo grupo!

O Sr. Carlos César (PS): — … o que bem contrasta com a incapacidade dos partidos da direita parlamentar

de contrariarem o seu próprio envelhecimento político. Basta-nos ver o governo-sombra do PSD, que nos

recorda as imagens clássicas do antigo soviete supremo,…

O Sr. João Oliveira (PCP): — É mais a oposição parlamentar de direita!

O Sr. Carlos César (PS): — … entre relíquias do cavaquismo e deserdados do passismo.

Aplausos do PS.

Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro: Censuram-nos dizendo que aumentámos impostos. Pelo

contrário, foi com o Governo CDS/PSD que a carga fiscal em Portugal atingiu o máximo histórico…

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