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7 DE MARÇO DE 2019

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intervenção mas de que o populismo também se alimenta —, à ideia contrária às elites. As elites seriam algo

necessariamente negativo e esta ideia de que a informação se presta diretamente ao cidadão, que agora não

tem nenhum obstáculo ao fornecimento de informação, é particularmente danosa.

O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Muito bem!

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — E não é preciso falarmos de atividade política. Algo que hoje mais aflige

cidadãos em todo o mundo é o crescimento de movimentos como o que se opõe à vacinação e que aposta na

disseminação de informação que associa a vacinação ao autismo, produzindo um efeito devastador naquilo que

são as políticas de saúde pública.

O Sr. José Magalhães (PS): — Verdade!

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — É isto que está em discussão a propósito das fake news: é a

manipulação, através de Estados estrangeiros, de resultados eleitorais noutros países; é a utilização de

instrumentos que devem ser protegidos, como a porta de entrada no templo sagrado da democracia, e que os

senhores desbaratam nesta intervenção, como se não fosse importante, e que, no fundo, deveria ser o tema

abordado.

Aplausos do PS.

Num momento em que, na Europa e noutros pontos do mundo, assistimos a fenómenos de cooperação

populista daqueles que se querem associar, em vários locais, para destruir as raízes da democracia — árvore

muito frágil e hoje em perigo em vários pontos da Europa —, aquilo que devemos fazer é olhar para os exemplos,

para as propostas, para aquilo que temos em cima da mesa, ver se concordamos ou não e trazer mais coisas a

debate.

Temos aqui uma proposta que resulta de um contexto europeu, no qual este debate tem vindo a ser feito,

mas sabemos que há muito mais que pode ser feito. O Bloco de Esquerda referia as próprias auto vinculações

que os partidos podem adotar no seu comportamento, aquilo que, em conjunto, nos podemos vincular a não

fazer, de forma a que os cidadãos possam distinguir muito claramente o que é sério e o que é manipulador.

São estes os dados que deveriam estar em cima da mesa, mas, infelizmente, não foi isso que retirámos da

sua intervenção.

Ainda assim, a pergunta que deixo é esta: há disponibilidade do PSD para participar seriamente neste debate,

para contribuir com propostas para este assunto? Não é para saber se no passado houve quem tenha tido uma

opinião distinta da vossa ou da nossa ou para saber se interpretamos os factos de forma diferente.

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Ah! Isso já não interessa!

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Para terminar, o que é importante saber e o que é fundamental é a

ideia de que temos todos direito à opinião, não temos é direito aos nossos factos próprios.

Vozes do PSD: — Ah!

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — A ideia dos fake news, dos factos próprios e da criação de realidades

alternativas é o que está a minar a democracia deste lado do Atlântico, do outro lado do Atlântico e em muitos

locais do planeta. É isso que esperamos que possa ter outra reação e outra resposta por parte do PSD.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — O segundo pedido de esclarecimentos é do Grupo Parlamentar

do Bloco de Esquerda.

Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Monteiro.

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