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I SÉRIE — NÚMERO 68

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Depois do esforço hercúleo durante os anos da troica, em que herdámos 130 milhões de euros de despesa

por ano em trabalho precário — entenda-se médicos contratados a recibos verdes a empresas de prestação de

serviços, sem integração nos serviços, sem direitos laborais — …

A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — Os senhores votam contra!

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — … nós baixámos para 80 milhões de euros e os senhores, os

combatentes da precariedade, aumentaram para mais de 100 milhões de euros por ano.

Aliás, recentemente, o PSD visitou o Centro de Saúde da Azambuja e estava lá um médico, um colega de

medicina geral e familiar, que há mais de dois meses não recebia, tendo sido contratado por aquela via. E vem

agora a Sr.ª Ministra afirmar que não há trabalho precário no Serviço Nacional de Saúde?! Como é possível?

Deixo a pergunta, Sr.ª Ministra: como é possível que seja sob a governação das esquerdas que os trabalhadores

sejam deixados à sua sorte?

Aplausos do PSD.

Mais, Sr.ª Ministra, e vamos ao segundo conceito, que é o conceito das promessas.

O antigo Ministro Adalberto Campos Fernandes, a atual Ministra Marta Temido, o Primeiro-Ministro, António

Costa, que, em tantos debates quinzenais, 15 dias após 15 dias, repetia a velha promessa, presente no vosso

Programa Eleitoral e no vosso Programa de Governo, de que iriam assegurar um médico de família para todos

os portugueses.

A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — São 9,5 milhões de portugueses com médico de família!

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — São mais de meio milhão de portugueses sem médico de família,

hoje, e a Sr.ª Ministra, ontem, como se nada fosse, veio dizer que, afinal, não vai cumprir.

Sr.ª Ministra, pergunto-lhe, mais uma vez, para ficar claro: o Governo não vai cumprir e vai quebrar esta

promessa perante os portugueses?

Protestos do PS.

Terceiro conceito, o de responsabilidade. Este é um conceito muito importante porque estamos perante

hospitais em rutura.

Visitámos os hospitais e todos dizem que têm hoje menos recursos, menos horas de trabalho dos

profissionais, começando pelos enfermeiros e outros profissionais, sem capacidade de resposta, razão pela qual

aumentam os tempos de espera.

Aumentam os tempos de espera para as consultas, aumentam os tempos de espera para as cirurgias, para

os exames complementares, nalguns casos centenas de dias, até mais de um milhar de dias de espera por uma

primeira consulta de especialidade. E o que responde a Sr.ª Ministra perante isto? Que não faltam recursos, que

a culpa é dos senhores administradores hospitalares. Eu imagino, sinceramente, um administrador hospitalar

em casa, a assistir ao debate, e a pensar: «Ó diabo, então, não é a Sr.ª Ministra que nomeia as administrações

hospitalares?!».

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

Ou até pode pensar: «Ó diabo, não é a Sr.ª Ministra que demite os administradores hospitalares quando não

cumprem as suas responsabilidades?».

Portanto, fica a pergunta: vai a Sr.ª Ministra retirar as palavras que disse ontem ou vai dizer aqui, porque tem

essa responsabilidade, quem é que vai demitir por estar a gerir mal os hospitais do Serviço Nacional de Saúde?

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