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I SÉRIE — NÚMERO 88

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Num país onde dois terços do território é rural, onde o risco de incêndio é enorme, o Governo abdicou, logo

em 2016, da compra de dois aviões anfíbios para combate aos incêndios, cuja elegibilidade nos fundos

comunitários o anterior Governo conseguiu garantir e que nos dariam uma maior autonomia e soberania no

combate a esses incêndios.

Num país onde dois terços do território é rural, o Ministério do Ambiente secundariza o Ministério da

Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.

Num país onde dois terços do território é rural, o Governo elabora um referencial de educação para a

sustentabilidade ambiental para as nossas crianças e jovens, do pré-escolar ao secundário — que são os adultos

de amanhã —, onde fala dos perigos que constituem para os solos, e cito, «os pesticidas, as monoculturas e as

culturas intensivas», e promove as hortas verticais como exemplo de agricultura sustentável.

Num país onde dois terços do território é rural, o Governo ignora, por exemplo, o douro vinhateiro — que é

nem mais nem menos do que uma ancestral monocultura intensiva de vinha classificada como património da

humanidade.

Num país onde dois terços do território é rural, o Governo afasta as cidades do campo, passando uma

borracha por todo o trabalho que os agricultores têm feito ao longo dos anos, de inovação tecnológica, de

desenvolvimento de práticas sustentáveis, do contributo para o crescimento económico, nos momentos mais

difíceis que o País viveu, e também nos serviços ambientais que prestam.

Num país onde dois terços do território é rural, o Governo ignora todo o interior que não é urbano, que diz

querer valorizar, mas que não lhe traz votos e que, por isso, deixa entregue à sua sorte.

O Sr. Presidente (José Matos Correia): — Sr.ª Deputada, tem de terminar.

A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Estou a terminar, Sr. Presidente.

Sr. Ministro, Srs. Deputados, todos devemos fazer a nossa parte por esta casa, que é o nosso planeta Terra.

No CDS, dizemos «presente» a todo o País, não apenas à cidade, mas também ao campo e ao território rural.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (José Matos Correia): — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, em nome do Bloco

de Esquerda, a Sr.ª Deputada Maria Manuel Rola.

A Sr.ª Maria Manuel Rola (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: O

debate que aqui tivemos, hoje, demonstrou a unanimidade e a urgência da necessidade de agir e intervir a nível

nacional e a nível internacional.

Este Governo e o Partido Socialista limitaram-se a assumir que a declaração de emergência climática seria

assumir as falhas na execução. O que lhes digo, Meus Senhores, é que não estamos em nenhuma competição.

Não é um campeonato que nos levará a algum lado e que adiantará alguma coisa nestas lógicas, porque, nesta

emergência, podemos, de facto, ser os campeões na possibilidade das reduções, mas seremos também os

primeiros a ser afetados. E compete-nos a responsabilidade de não metermos a cabeça na areia, de não

taparmos os olhos aos milhões de refugiados e à devastação que nos afeta, e afetará.

O Sr. Heitor de Sousa (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Maria Manuel Rola (BE): — O Sr. Deputado Renato Sampaio fez uma declaração de emergência

climática. Terá a coragem de votar favoravelmente uma?

Estar na linha da frente do combate às alterações climáticas é reconhecer a emergência global, é reconhecer

que existe um outro paradigma que combate as alterações climáticas e que não dá a mão a Trump ou à Exxon.

Se o Sr. Ministro quer, de facto, ser campeão em alguma coisa, seja-o a alterar a perspetiva global, a

reconhecer a emergência climática e a ouvir e a dar voz aos ativistas, às jovens, aos milhões de ativistas

mundiais, às milhares de portuguesas, a proteger os trabalhadores e as trabalhadoras, os refugiados climáticos

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