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I SÉRIE — NÚMERO 89

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O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.

O Sr. António Filipe (PCP): — Vou já terminar, Sr. Presidente.

Como estava a dizer, é evidente que todos nos congratulamos com o facto de a extrema-direita não ter tido

a expressão que alguns vaticinavam, mas, apesar de tudo, tem uma expressão preocupante em alguns países

da União Europeia.

O que nos leva a considerar que não há uma vitória da União Europeia é se esta se dá por satisfeita consigo

própria, se os maiores partidos com expressão na União Europeia, designadamente os socialistas e os partidos

que integram o PPE (Partido Popular Europeu), acham que manter a mesma linha de rumo, que afasta cada

vez mais os cidadãos da União Europeia e que atira cada vez com mais cidadãos para as mãos da extrema-

direita, é uma forma de a combater, estão muito enganados. Por isso é que não podemos considerar que tenha

havido uma vitória da União Europeia e daquela que tem sido a sua linha de rumo.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, a Sr.ª Deputada Maria Manuel Leitão Marques.

A Sr.ª Maria Manuel Leitão Marques (PS): — Sr. Presidente, agradeço os cumprimentos dos Srs. Deputados

em relação a mim e às minhas colegas Deputadas que foram eleitas e, naturalmente, as perguntas que me

colocaram.

Em primeiro lugar, relativamente ao Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, queria dizer

que aquilo que o Partido Socialista e o seu Secretário-Geral disseram foi que na Europa procurariam assegurar

uma maioria, porque, naturalmente, nada podemos fazer sozinhos, não temos número de Deputados e de

Deputadas suficientes para o efeito, que, por sua vez, garantisse alguns dos valores essenciais que defendemos

no nosso compromisso.

E não foi apenas o Presidente Macron que nos enviou uma mensagem, também o Syriza o fez, através de

Alex Tsipras. E naturalmente que essa maioria pode e deve incluir outras forças, particularmente algumas que

viram a sua influência crescer, e bem, em matéria de defesa e combate às alterações climáticas.

Trata-se apenas de disponibilizar alguma flexibilidade, que é importante ter, como se mostrou aqui em

Portugal, para encontrar na União Europeia a geometria e o equilíbrio possíveis que assegurem o essencial.

Isso não se faz, Sr. Deputado, sem compromissos. Não sei como se faz de outra maneira.

Sr. Deputado António Filipe, só dispunha de 6 minutos para proferir a minha declaração política, senão teria

dedicado mais tempo ao tema do combate à abstenção. Devo dizer que a abstenção é algo que me preocupa

muito, tal como a dificuldade que temos, seja qual for o nosso projeto político, em mostrar às nossas cidadãs e

aos nossos cidadãos a importância de terem votado no domingo passado. Em campanha eleitoral, muitas vezes

eu disse «vote em quem quiser, mas vote; não deixe que os outros decidam por si», mas vê-se que o resultado

não é aquele que nos deixa descansados.

Penso que todas e todos nós, à direita e à esquerda — não apenas os que foram eleitos, que têm uma

responsabilidade acrescida —, mas todas e todos nós, Deputados da República, e todas e todos nós, cidadãs

e cidadãos, empenhados na vida política em muitos lados e de muitas maneiras, temos responsabilidade nesta

luta para o reforço da democracia.

Gosto muito da democracia participativa, até organizei um orçamento participativo a nível nacional, mas a

verdade é que o voto é a forma mais inclusiva da democracia, mesmo quando há muita abstenção; é onde mais

pessoas se mobilizam para uma escolha dos seus representantes.

Portanto, temos de fazer esse combate, temos de experimentar, temos de motivar, temos de melhorar a

educação para a cidadania, temos de ser mais criativos, temos de o fazer não apenas daqui a cinco anos, no

caso das eleições europeias, mas a partir do dia de hoje.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.

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