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I SÉRIE — NÚMERO 89

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com este propósito, Os Verdes acompanham as iniciativas legislativas que também estão, hoje, em discussão

e registam, com agrado, o facto de o PAN ter tido, desta vez, o cuidado e o bom senso de não misturar «alhos

com bugalhos», como sucedeu na última discussão sobre a matéria, onde a mistura da utilização de matilhas

como meio de caça com a caça à paulada acabou por permitir que a discussão fosse completamente desvirtuada

e desviada do que era essencial, nesse debate.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão) — Para intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Serra, do PSD.

O Sr. Nuno Serra (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Mais uma vez, a este Parlamento, o PAN e o

Bloco de Esquerda trazem um conjunto de argumentos deturpados e hoje — pasme-se! — até se falou do

encerramento dos CTT e dos serviços públicos para justificar a proposta de acabar com as matilhas de caça. É

impressionante! Desta forma, vêm estes partidos tentar convencer os portugueses que a atividade cinegética e

os 250 000 caçadores é que são o problema do equilíbrio ambiental ou do ecossistema.

Srs. Deputados do PAN e do Bloco de Esquerda, esta obsessão ideológica, populista, que unicamente pensa

nos votos e que quer, efetivamente, acabar com a caça condiciona-vos a visão que vos permitiria ver as mais-

valias da atividade cinegética no nosso território, seja económica, social ou, mesmo, ambientalmente.

Os 250 000 caçadores que existem em Portugal são os verdadeiros curadores do meio ambiente; são eles

que detetam as pragas e as doenças animais, que detetam, muitas vezes, os incêndios, que equilibram o

ecossistema, que controlam os predadores e fazem-no, Srs. Deputados, sem cobrar um tostão ao Estado, sem

pedir um voto, como os senhores fazem, e sem qualquer imposição ideológica. Estes homens e mulheres caçam

porque são livres, porque têm a liberdade de o fazer, porque gostam da natureza e do seu território.

Srs. Deputados, condicionar a caça é condicionar o meio ambiente, o equilíbrio das espécies, o ecossistema,

é atacar o meio rural e a atividade cinegética por um mero preconceito ecológico, é querer deixar grande parte

do nosso território ao abandono.

Srs. Deputados do PAN e do Bloco de Esquerda, peço-vos que façam uma profunda reflexão na vossa forma

de pensar, que coloquem de parte todo esse populismo e essa faceta eleitoralista.

O que hoje esperava dos Srs. Deputados não era que viessem aqui para pedir que acabassem com as

matilhas de caça, essenciais neste equilíbrio ambiental e nessa regulação dos predadores. O que hoje esperava

que aqui viessem fazer era que estivessem do lado dos portugueses, desde as crianças aos mais idosos, que

viessem proteger os animais domésticos e os animais de pecuária, que viessem promover o bem-estar das

populações e dos seus pertences, trazendo aqui propostas para erradicar as matilhas selvagens que proliferam

no nosso País, atacando tudo e todos. Srs. Deputados, essas matilhas, sim, são perigosas para as pessoas e

para os outros animais, essas matilhas desequilibram e afetam o meio ambiente, desregulando o ecossistema.

Srs. Deputados, sabem por que razão não o fazem? Porque fazê-lo seria pôr à frente o interesse das

pessoas, dos animais e do meio ambiente. Srs. Deputados, não o fazem porque os vossos interesses são vocês

mesmos e são os interesses populistas e demagógicos que têm nas vossas ideologias.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem agora a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Patrícia

Fonseca, do CDS.

A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Sr. Presidente, não vou repetir os argumentos, talvez com pena da

Sr.ª Deputada Maria Manuel Rola, mas percebo que o PAN não se preocupe com os estragos nas culturas

agrícolas, mesmo que isso signifique a perda de rendimento de milhares de agricultores e da sua forma de

subsistência, porque a agricultura é uma atividade que o Sr. Deputado não entende e da qual não gosta.

Percebo, também, que o PAN não se preocupe com a possibilidade de contaminação de milhares de porcos

de montanheira ou com outros tantos milhares de suínos das explorações pecuárias intensivas, porque quer

impor-nos uma ditadura veganista, portanto não tem qualquer tipo de problema com problemas sanitários que

possam daí advir.

Já não percebo, confesso, a falta de coerência do Bloco de Esquerda, que, ainda recentemente, apresentou

iniciativas para controlar a população de javalis e agora quer proibir as matilhas, que são a forma mais eficaz de

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