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14 DE JUNHO DE 2019

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Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Serra, do Grupo Parlamentar do PSD.

O Sr. Nuno Serra (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, os argumentos

agressivos que hoje foram utilizados neste debate ilustram bem a visão distorcida, radical que alguns partidos

têm da sociedade.

Ao longo deste rol de fundamentos apontados por essas bancadas, não ouvimos falar uma única vez em

equilíbrio. Não ouvimos falar da sustentabilidade na produção de alimentos.

Nesse discurso, também não houve lugar para o crescimento da produção agrícola, para o desenvolvimento

sustentado da agricultura, nem para a coesão territorial.

Também não houve espaço para o verdadeiro desenvolvimento sustentável do nosso País e também não

houve lugar à ecologia, porque, Srs. Deputados, ser ecologista não é querer uma natureza sem homens, nem

mulheres. E radicalizar e extremar as assimetrias entre a produção, no meio rural, e o meio ambiente, Srs.

Deputados, é um erro! É um erro para o debate, porque não esclarece ninguém, mas é um erro também para o

futuro do meio ambiente.

Srs. Deputados, a produção agrícola e o meio ambiente só podem viver juntos, só podem coexistir juntos.

Por um lado, o mundo não sobreviverá sem a agricultura que nos alimenta e também não sobreviverá sem o

meio ambiente que garanta a sobrevivência do nosso ecossistema. E esse, sim, é o grande desafio dos políticos:

não acicatar, nem acentuar essas fricções, mas, pelo contrário, sermos todos promotores do bom senso, da

ponderação, da aplicação da ciência para garantirmos um futuro melhor.

Srs. Deputados, continuarem a radicalizar a vossa luta contra algumas práticas de cultivo intensivo, ao invés

de exigirem práticas agrícolas respeitadoras do meio ambiente, do saber e da ciência, não é serem equilibrados.

Nós, no PSD, continuaremos, sim, a defender agriculturas que recorram, cada vez mais, a fatores de

produção sustentáveis, em termos ambientais: mais eficientes em termos de água, mais produtivas e mais

rentáveis. Criar este anátema político com o olival intensivo, que é hoje de reduzida dimensão, sem recorrer à

questão da ciência, sem ponderar os desafios que o Homem tem para o dia de amanhã, não é olhar para a

dimensão humana, nem para o nosso País, é apenas olhar para os interesses de cada um.

Srs. Deputados, o olival intensivo não é um atentado ao meio ambiente, nem será, se, nós, os políticos,

conseguirmos colocar de lado os espartilhos ideológicos e, com a devida ponderação, criarmos condições para

que as produções agrícolas coexistam num País defensor do ambiente.

Esse é o desafio que aqui deixamos a todos os partidos neste Parlamento: não radicalizem a questão, dispam

os vossos casacos ideológicos, usem a ciência como ponto de partida, juntem-se a nós e pensem, acima de

tudo, nas pessoas, no mundo que queremos ter, no futuro do nosso País, onde o bem-estar dos homens e das

mulheres seja sempre, sempre o foco da nossa motivação política.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, pelo Grupo Parlamentar do PS, o Sr. Deputado Pedro do Carmo.

O Sr. Pedro do Carmo (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, o

que se debate hoje, nesta Assembleia, é a agricultura: agricultura de regadio, agricultura moderna, agricultura

produtiva. É uma agricultura que se pratica no Alentejo, em especial no Baixo Alentejo, fruto de um bom

investimento público, a barragem do Alqueva, que irriga 120 mil hectares e que foi construída para mudar o

Alentejo. E, agora, vamos também construir o Pisão.

Aproveito para cumprimentar os Srs. Presidentes de Câmara do Alto Alentejo, que ganharam uma nova

esperança com a decisão do Governo de construir esta barragem.

Aplausos do PS.

E digo: «É tão grande o Alentejo,/Tanta terra abandonada!/A terra é que dá o pão:/Para bem desta

nação/Devia ser cultivada./Tem sido sempre esquecido/À margem ao sul do Tejo:/Há gente

desempregada,/Tanta terra abandonada!/É tão grande o Alentejo!»

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