O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 96

24

A título de exemplo diria que, em 2017, perto de dois milhões de consultas nos centros de saúde e hospitais

não se realizaram por causa dos custos dos transportes e das taxas moderadoras, números a que se juntam

mais cerca de 500 000 exames de diagnóstico que não se fizeram pelas mesmas razões e 900 000 urgências,

estas só por causa do valor das taxas moderadoras.

O PCP defende que é preciso remover todos os obstáculos, incluindo o do pagamento das taxas

moderadoras. Por isso, foi o único partido que, em sede de discussão da lei de bases da política de saúde,

apresentou uma proposta para a revogação do diploma legal que as rege, proposta que, por ainda não ter sido

votada, deixamos aqui um repto para que seja aprovada.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, reconhecida que é a posição firme do PCP contra as taxas moderadoras e

não abandonando esse propósito de as eliminar, porque põem em causa a universalidade do direito à saúde,

iremos aprovar a proposta que hoje está aqui em discussão. Tal como está consagrado na Constituição da

República, continuaremos a lutar para que o acesso à saúde seja efetivamente um direito, pelo que não

deixaremos de intervir para que se aprofundem as isenções nas taxas moderadoras.

É este também o sentido da proposta que entregaremos hoje mesmo no Parlamento, uma proposta que

isenta o pagamento de taxas moderadoras nos cuidados de saúde primários e na prestação de cuidados de

saúde que são solicitados, mas sempre com o objetivo de as extinguir.

Apresentamos esta iniciativa porque entendemos que é imperioso travar a transferência de custos para os

utentes, que é importante remover estes obstáculos que têm impedido milhares de portugueses de acederem

aos cuidados de saúde e por entendermos que a saúde é um direito e, como tal, deve ser assegurado a todos

os portugueses.

A revogação das taxas moderadoras continua a ter toda a atualidade e pertinência, porque são injustas,

porque são ineficazes e, sobretudo, porque penalizam a população.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, no ano em que se assinala o 40.º aniversário do Serviço Nacional de Saúde

reafirmamos o compromisso de sempre: trabalhar para acabar com as taxas moderadoras e todos os obstáculos

que impedem o acesso a cuidados de saúde de qualidade, em segurança e atempadamente.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria

Antónia de Almeida Santos, do Partido Socialista.

A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começo por

reconhecer que o projeto de lei do Bloco de Esquerda tem um fundo de generosidade evidente. E por que é que

digo isto? Porque ainda existem cerca de 4 milhões de portugueses que não estão isentos de taxas moderadoras

e para alguns desses — refiro-me aos mais vulneráveis — este projeto e a sua aprovação tem um grande

significado.

Sr.as e Srs. Deputados, convém, no entanto, prestar alguns esclarecimentos. O Orçamento do Estado para

2016 contemplou uma redução das taxas moderadoras até 25%, através da diminuição do seu valor absoluto,

e, igualmente, por via da revisão do regime de isenções, teve em conta as condições socioeconómicas, bem

como a proteção dos grupos populacionais de maior vulnerabilidade.

Sr.as e Srs. Deputados, estamos a falar na redução de desigualdades e, quando falamos em redução de

desigualdades, não podemos reduzir essa questão transversal apenas ao domínio das taxas moderadoras.

Sr.as e Srs. Deputados, relativamente à redução das desigualdades no acesso ao Serviço Nacional de Saúde

houve uma grande evolução entre 2015 e o que estamos agora a discutir, através da redução das taxas

moderadoras, da revisão do regime de isenção e dispensa do pagamento da taxa moderadora, da redução de

encargos para os utentes com transporte não urgente de doentes, da redução dos encargos com medicamentos

para os utentes, num total de 17,8 milhões de euros, comparando entre o final de 2016 e o de 2015, e o aumento

da quota de medicamentos genéricos em unidades no Serviço Nacional de Saúde — 47,8%, em julho de 2017

—, entre outras medidas. Assim, podemos sempre comparar várias situações e estamos sempre em vantagem

nesta Legislatura.

Sr.as e Srs. Deputados, o jornal Público, citando o relatório de acesso de 2016, do Ministério da Saúde,

notificava: «Os cidadãos que não estão isentos de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde gastaram

Páginas Relacionadas
Página 0003:
15 DE JUNHO DE 2019 3 O Sr. Presidente: — Boa tarde, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. M
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 96 4 O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Não faz sentido q
Pág.Página 4
Página 0005:
15 DE JUNHO DE 2019 5 O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 96 6 O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Deputado, lem
Pág.Página 6
Página 0007:
15 DE JUNHO DE 2019 7 A Sr.ª Joana Lima (PS): — Mas, com este Governo — e ne
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 96 8 que é do Estado — garantir o correto financiame
Pág.Página 8
Página 0009:
15 DE JUNHO DE 2019 9 lei de bases? O que é que o Sr. Deputado faz? Andamos todos a
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 96 10 O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Por isso é que h
Pág.Página 10
Página 0011:
15 DE JUNHO DE 2019 11 defendemos para o Serviço Nacional de Saúde: mais cuidados p
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 96 12 A questão da gestão privada de serviços públic
Pág.Página 12
Página 0013:
15 DE JUNHO DE 2019 13 novamente essa porta. Temos essa noção e por isso dissemos «
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 96 14 Dito de outro modo, o PSD e o CDS executaram o
Pág.Página 14
Página 0015:
15 DE JUNHO DE 2019 15 A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Isso é importante relem
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 96 16 se esta proposta hoje, e, na especialidade, os
Pág.Página 16
Página 0017:
15 DE JUNHO DE 2019 17 Aplausos do PS. O Sr. Presidente: — Tem, agora
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 96 18 Portanto, pelos mesmos motivos, acompanhamos e
Pág.Página 18
Página 0019:
15 DE JUNHO DE 2019 19 O Sr. José de Matos Rosa (PSD): — … ainda não há muit
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 96 20 aumentos das taxas moderadoras então anunciado
Pág.Página 20
Página 0021:
15 DE JUNHO DE 2019 21 Um SNS em que os hospitais centrais não têm capacidade de re
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 96 22 O Sr. Presidente: — Sr. Deputado José de Matos
Pág.Página 22
Página 0023:
15 DE JUNHO DE 2019 23 O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem! Protestos
Pág.Página 23
Página 0025:
15 DE JUNHO DE 2019 25 menos 44 milhões de euros com o pagamento destas taxas em ce
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 96 26 O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para
Pág.Página 26
Página 0027:
15 DE JUNHO DE 2019 27 estivesse a negociar com os seus parceiros de Governo o que
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 96 28 Estando em curso a revisão da lei de bases, qu
Pág.Página 28
Página 0029:
15 DE JUNHO DE 2019 29 A Sr.ª Ana Oliveira (PSD): — Mas, Sr. Presidente, Sr.as e Sr
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 96 30 nosso dever defendê-los e não fingir que está
Pág.Página 30
Página 0031:
15 DE JUNHO DE 2019 31 contratação de mais profissionais, ao assegurar, por exemplo
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 96 32 Protestos da Deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa
Pág.Página 32