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I SÉRIE — NÚMERO 103

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É assim que a nossa postura, defensora de uma paz global e duradoura, não pode deixar de ter em

consideração dois aspetos muito práticos em termos geoestratégicos: em primeiro lugar, reconhecemos o efeito

dissuasor do poderio nuclear das Forças Armadas de vários países inseridos em realidades regionais marcadas

por conflitos já bem longos, com uma génese histórica muito delicada e complexa; em segundo lugar, é também

muito evidente que a lógica natural das nossas relações externas, num quadro político de defesa dos valores

democráticos que caracterizam o mundo ocidental de que nos orgulhamos de fazer parte, aponta para o respeito

pelos compromissos coletivos assumidos no âmbito de grandes organizações multilaterais que integramos,

como é o óbvio caso da NATO.

Por isso, de uma forma muito pragmática e refletida, entendemos que a prioridade política do mundo ocidental

deve apontar, no presente, para a garantia da não proliferação das referidas armas nucleares, admitindo que

não é este o momento para afirmar de forma radical a sua eliminação. Permitam-me, aliás, Srs. Deputados, que

relembre, neste ponto, recentes declarações do Ministro Santos Silva, nas quais me revejo integralmente.

Risos do BE e do PCP.

A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Pois claro!

O Sr. José Cesário (PSD): — O que nós e os restantes membros da NATO dizemos é que essa questão do

fim das armas nucleares será colocada a seu tempo. Neste momento, o que é preciso é evitar a proliferação de

armamento nuclear e, evidentemente, a NATO, enquanto aliança político-militar, não está disponível para

abdicar unilateralmente de um dos seus instrumentos de dissuasão mais importantes, que é a força nuclear.

Para nós, este é o tempo para uma diplomacia ativa, sensata e realista, que mais garantias dará de defender

o futuro do mundo que hoje temos, entendido numa lógica democrática e humanista. Devo, aliás, referir que

ficamos surpreendidos com a permanente hipocrisia de todos aqueles que, defendendo permanentemente

países não democráticos, com uma política de defesa claramente belicista, que favorecem ditaduras

criminosas,…

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. José Cesário (PSD): — … vêm, agora, vestir a pele de cordeiro para defender a eliminação de armas

que equipam os arsenais militares desses mesmos países.

Protestos do PCP.

Por isso, votaremos coerentemente contra os projetos de resolução agora colocados à nossa consideração.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Só faltava dizer que o Trump é fixe!

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — O Santos Silva disse isso tudo?!

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para terminar este ponto da ordem do dia, tem a palavra o Sr.

Deputado Nuno Magalhães, do CDS-PP.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Saúdo os peticionários, que

são em número importante, que apresentam esta petição, petição essa que, assim como os projetos de

resolução, tem, em si mesma, fins e objetivos que nos parecem bondosos. Diria até que, mais do que bondosos,

tem fins e objetivos que devem merecer o apoio de todos nós. De todos os que acreditam na paz como um

objetivo fundamental de toda a humanidade e na resolução pacífica dos conflitos como, mais do que a melhor,

a única forma de resolução desses conflitos, fazendo, por isso mesmo, da redução global da corrida ao

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